O atual processo de venda do Novo Banco é um “fiasco” e as propostas que estão em cima da mesa são “vexatórias”. É desta forma que Carlos César, líder parlamentar do PS, classifica, em declarações ao Expresso, a segunda tentativa de venda da instituição financeira que resultou da resolução do Banco Espírito Santo.

O deputado considera que o Governo deve resistir a uma venda “ruinosa”, apesar de considerar que a alienação do Novo Banco é a solução ideal. Admite, porém, que a nacionalização temporária, que tem vindo a ganhar apoios, pode ser a saída adequada nesta altura, com o objetivo de se proceder a uma venda mais tarde, em melhores condições.

O Novo Banco está a ser disputado por dois candidatos, mas as condições que oferecem estão a gerar mal estar no interior do Governo, que critica a forma como o Banco de Portugal está a conduzir o processo, liderado por Sérgio Monteiro, secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações no Governo de Pedro Passos Coelho, entre 2011 e 2015.

Nesta semana, a autoridade de supervisão emitiu um comunicado em que refere que “o potencial investidor Lone Star é a entidade mais bem colocada para finalizar com sucesso o processo negocial tendente à aquisição das ações do Novo Banco e decidiu convidá-lo para um aprofundamento das negociações”. Acontece que os valores adiantados quer pela Lone Star, como pelo consórcio formado pela Apollo e pela Centerbridge, estão longe de permitir a recuperação dos 4,9 mil milhões de euros que foram injetados no Novo Banco através do Fundo de Resolução.

A Lone Star pede garantias a prestar pelo Estado, de 2,5 mil milhões de euros, que envolvem perdas potenciais para os contribuintes decorrentes de imparidades relativas a créditos de risco elevado que se encontram na carteira da instituição financeira. Sobre este aspeto, Mário Centeno adiantou, numa entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, que “não pode haver garantias do Estado sobre negócios privados”. Caso as negociações para a venda venham a falhar, restam duas saídas: a nacionalização ou a liquidação do Novo Banco.

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