Milhares de pessoas protestaram no sábado nos principais aeroportos norte-americanos contra a nova política de imigração aprovada na sexta-feira pelo Presidente norte-americano, Donald J. Trump.
De acordo com os relatos que vão sendo avançados pela generalidade da imprensa norte-americana, os aeroportos de Washington, Chicago, Mineápolis, Denver, Los Angeles, São Francisco e Dallas foram palco de várias manifestações.
Os protestos foram mais audíveis no aeroporto Jonh F. Kennedy, em Nova Iorque, onde cerca de 2 mil manifestantes gritaram em uníssono: “Let them in, Let them in” (Deixem-nos entrar).
The scene at JFK Terminal 4 right now, where protestors chant in support of those detained following Trump's exec order: "Let them in!" pic.twitter.com/pvg7wr0FJw
— Azmat Khan (@AzmatZahra) January 29, 2017
No Aeroporto Internacional de São Francisco, milhares de pessoas protestaram contra aquilo que consideram ser um atentado aos direitos, liberdades e garantias dos muçulmanos e um ataque direto aos refugiados.
Ao Observador chegaram dezenas de vídeos captados a partir do Aeroporto Internacional de São Francisco, onde se podem ver e ouvir os manifestantes a protestarem contra a decisão do novo Presidente norte-americano.
Na sexta-feira, Donald Trump assinou uma ordem executiva onde suspende por quatro meses a entrada de refugiados nos Estados Unido e impõe um controlo mais rigoroso dos viajantes oriundos do Irão, Iraque, Líbia, Somália, Síria e Iémen.
No sábado, como contava aqui o Observador, dois cidadãos iraquianos, que serviram o exército norte-americano, foram na sexta-feira detidos num aeroporto de Nova Iorque, impedidos de entrar no país mesmo tendo autorizações válidas de residência. Casos como este multiplicaram-se por todo o país: só em Nova Iorque, mais de uma dezena de pessoas foram retidas no aeroporto internacional JFK.
No mesmo dia, e mesmo com milhares de pessoas a manifestarem-se nos aeroportos, Donald Trump não teve dúvidas em considerar as restrições à circulação de cidadãos agora aprovadas como um “sucesso”. “Está a funcionar muito bem. Vê-se nos aeroportos, vê-se por todo o lado”, afirmou o Presidente norte-americano aos jornalistas, durante uma breve cerimónia de assinatura de outros decretos na Sala Oval, na Casa Branca.
[no aeroporto de Dulles, em Washington:]
HAPPENING NOW: Dulles International Arrivals packed with demonstrators to support refugees Trump is detaining. #MuslimBan #nobannowall pic.twitter.com/1njQNsIaoT
— Jill Raney ???? (@jr3wx) January 28, 2017
Entendimento diferente têm várias associações de direitos humanos, que consideram a medida discriminatória e anticonstitucional uma vez que se aplica aos cidadãos com os documentos em dia.
Ainda no sábado à noite, uma juíza federal norte-americana decidiu que os refugiados e outras pessoas afetadas pela nova medida de imigração do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que chegaram aos aeroportos norte-americanos não podem ser deportados.
Numa audiência de emergência, a juíza Ann M. Donnelly, do Tribunal do Distrito Federal de Brooklyn (Nova Iorque) respondeu a uma ação movida pela União das Liberdades Civis na América (ACLU) contra a ordem executiva assinada na sexta-feira por Donald Trump, cuja constitucionalidade foi questionada.
[aeroporto Logan, em Boston:]
The scene at Boston's Logan Airport right now pic.twitter.com/eDrSlNfQL3
— if my grandson is reading this, call me (@ChrisCaesar) January 29, 2017
A decisão vai no sentido de as autoridades norte-americanas não procederem a nenhuma deportação de cidadãos dos sete países de maioria muçulmana visados pelo decreto de Trump — Irão, Iraque, Iémen, Somália, Líbia, Síria, Sudão — que foram autorizados a entrar e chegaram aos Estados Unidos.
Para as milhares de pessoas que se têm manifestado contra a decisão de Donald Trump esta foi uma pequena grande vitória. Esperam-se que novos processos deem entrada nos tribunais norte-americanos contra a medida do Presidente norte-americano. Até lá, os protestos não vão parar: este domingo, estão agendadas novas manifestações em cidades como Boston, Orlando, Atlanta, Seattle, Filadélfia, Washington D.C., Los Angeles, Nova Iorque e Chicago, por exemplo