A literatura, a internet, a liberdade e o medo. Entre os dias 14 e 19 de março, escritores como Adam Johnson, Eimear McBride, Tatiana Salem Levy, Pepetela, Frederico Lourenço, Valter Hugo Mãe, Pedro Mexia, Daniel Jonas e Marcelino Freire vão discutir, no Festival Literário da Madeira, estes quatro conceitos e como se relacionam entre si. Svetlana Alexievich, Prémio Nobel da Literatura em 2015, era a convidada da sessão de abertura, que deveria acontecer esta terça-feira, às 18h, mas foi cancelada.

Svetlana Alexievich cancela participação no Festival Literário da Madeira “devido às condições atmosféricas adversas”

Se o nome Eimear McBride é familiar, isso deve-se ao livro Uma Rapariga É Uma Coisa Inacabada, que a Elsinore fez chegar a Portugal no ano passado. O livro, narrado na primeira pessoa, foi recusado por nove editoras antes que a britânica o tivesse conseguido publicar. Devem estar arrependidas: foi distinguido com vários prémios, incluindo o Goldsmiths Prize e o Baileys Women’s Prize for Fiction. O segundo romance, The Lesser Bohemians, vai chegar a Portugal este ano (ainda sem título traduzido).

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Outro dos nomes que mais curiosidade suscita é o de Adam Johnson. Foi com o livro Vida Roubada que o norte-americano de 46 anos passou a ter uma espécie de título sempre colado a si: vencedor do Pulitzer, na categoria de ficção. Vida Roubada segue a vida de Pak Jun Do, um jovem que vive na Coreia do Norte, o país mais fechado do mundo. É o único livro que tem publicado em Portugal e apenas o segundo que escreveu, depois da estreia com Parasites Like Us, em 2003. Em 2015 lançou Fortune Smiles, uma compilação de contos que mereceu o National Book Award em 2015, também na categoria de ficção.

Adam Johnson vai protagonizar a sessão de encerramento, sábado, às 17h, no Teatro Municipal Baltazar Dias Júnior. Ao seu lado estará Miguel Sousa Tavares para uma conversa em torno da frase “A loucura não é loucura quando partilhada”, de Zygmunt Bauman, sociólogo recentemente falecido e presença de destaque no Festival Literário M de 2013. A conversa será moderada pelo jornalista Paulo Moura.

Adam Johnson, vencedor do Pulitzer, junta-se à Nobel na Madeira

São várias as conversas com escritores a que o público vai poder assistir gratuitamente, No di 17 de março, sexta-feira, às 18h, Pedro Mexia, Daniel Jonas e Maria Fernandes vão discutir à volta da frase “Ser deixado sozinho é a coisa mais preciosa que se pode pedir do mundo moderno“, da autoria de Anthony Burgess.

No sábado de manhã, o professor Viriato Soromenho-Marques e o escritor Frederico Lourenço, que venceu o Prémio Pessoa 2016, debatem a ideia de que “Tudo me é permitido, mas não me deixarei ser controlado por nada” (1 Coríntios 6:12). Mais tarde, às 15h, Eimear McBride e Tatiana Salem Levy falam sobre se “A linguagem é uma das prisões mais terríveis e está sempre à nossa espera”, pensamento de Julio Cortázar.

Haverá ainda lançamentos de livros, sessões de autógrafos, apresentações e dois concertos pela voz dos Madredeus, Teresa Salgueiro. É ela a cantora convidada para o já habitual momento musical inserido na programação, que pode ser consultada na totalidade aqui.