Joaquin “El Chapo” Guzmán, o famoso narcotraficante mexicano, está a começar a perder a cabeça e tem alucinações constantes: reclama que está a ouvir música, mesmo quando o rádio está desligado. Os advogados admitem que o seu estado mental registou um agravamento na última semana e pedem uma melhoria nas condições da cela onde está instalado, conta o El País.
Sem televisão nem relógio, sempre com a luz elétrica ligada e numa das celas sem janela da prisão de alta segurança Metropolitan Correctional Center (em Nova Iorque), para onde foi extraditado em janeiro, “El Chapo” parece estar a perder a noção do tempo (e do juízo também). Por causa disso, os seus advogados apresentaram uma moção esta semana, como forma de contestar as condições onde o narcotraficante mexicano se encontra.
[“El Chapo”] comprou um pequeno relógio, mas desapareceu da cela sem qualquer explicação. Sem relógio e sem acesso à luz natural, o relógio era a única maneira de ele conseguir distinguir o dia da noite”, explicava o documento, citado pelo jornal espanhol.
O mexicano teria também direito a ver televisão durante uma hora de segunda a sexta-feira mas, segundo explicaram os guardas prisionais, o acesso foi-lhe retirado devido “a estarem ainda à procura de programas adequados, como documentários do National Geographic”. Além disso, o período de tempo a que tem direito a esta atividade coincide com única hora do dia destinada à prática do exercício físico, também num local sem janelas.
Os advogados foram os únicos a visitá-lo até à data, estando proibido de ter qualquer tipo de contacto com a sua mulher Emma Coronel – até mesmo através de cartas ou mensagens – e com os guardas prisionais. Quando esteve preso em território mexicano, antes da sua extradição, as condições eram semelhantes, com a diferença de poder receber visitas da mulher.
Também na moção apresentada, a defesa contesta toda a agitação criada pela imprensa, livros, filmes e séries que têm surgido ultimamente e retratam a sua história, atribuindo-o como culpado sem que seja este se consiga defender e exponha a sua versão dos factos.