António Tomás Correia é um dos nove antigos responsáveis da Caixa Económica Montepio Geral que o Banco de Portugal acusa de, entre várias práticas, terem financiado o Grupo Espírito Santo (GES) – isto numa altura em que o grupo liderado por Ricardo Salgado já enfrentava visíveis dificuldades financeiras, revela o Jornal de Negócios.

O jornal avança que os nove ex-gestores e antigos membros do conselho geral e de supervisão da caixa económica são acusados de várias contra-ordenações especialmente graves, arriscando ser condenados a pagar multas que podem chegar a quatro milhões de euros.

Em causa está o financiamento a empresas do GES, feito através de várias operações decididas durante o primeiro semestre de 2014, prática que levou o Banco de Portugal a concluir que a administração liderada por Tomás Correia não cumpriu as boas regras de análise de risco de crédito, nem as respectivas normas internas quando já eram públicas as dúvidas sobre a saúde financeira do grupo liderado por Ricardo Salgado e as preocupações da própria entidade de supervisão liderada por Carlos Costa.

Ainda assim, a gestão então liderada por Tomás Correia aprovou, pelo menos, duas operações de financiamento ao GES no primeiro semestre de 2014. Uma exposição que acabou por obrigar a caixa económica a registar imparidades extraordinárias nas contas desse ano, um total de 140 milhões de euros de imparidades, explica o jornal.

O processo iniciado pelo supervisor envolve ainda a infração a normas e limites no financiamento a partes relacionadas, nomeadamente facto de a Caixa Económica Montepio Geral ter financiado Paulo Jorge Guilherme através do Finibanco Angola, crédito que o filho do construtor José Guilherme usou para adquirir unidades de participação do Fundo de Participação da mesma Caixa Económica do Montepio.

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