Hillary Clinton vai ser a sombra de Donald Trump. A democrata anunciou na segunda-feira a criação do Comité de Ação Política “Onward Together” (Juntos em Frente), cujo objetivo é “resistir” ao Presidente norte-americano, que a derrotou nas eleições de Novembro de 2016.
“Os americanos estão a fazer ouvir a sua voz como nunca. Desde a Marcha das Mulheres, passando pelos aeroportos de todo o país onde as comunidades deram as boas-vindas a emigrantes e refugiados, até às reuniões com os seus representantes eleitos”, justifica o “Onward Together” num e-mail em que solicita doações que financiem o movimento.
O anúncio da criação do movimento está a ser interpretado como o regresso de Hillary Clinton à primeira linha do combate político, após ter perdido para Donald Trump uma corrida eleitoral em que surgia como favorita na maioria das sondagens. Desde essa altura, a candidata tem evitado aparecer em público.
No Twitter, a antiga Secretária de Estado justificou a criação deste movimento como forma de “encorajar as pessoas a envolverem-se e a organizarem-se” politicamente em torno de um país melhor. “Este ano não foi o que imaginava. Mas sei o porquê de continuar a lutar: por uma América mais justa, com um grande coração e mais inclusiva”, escreveu a democrata.
“Onward Together” utiliza uma imagem semelhante à de “Stronger Together”, lema da campanha de Clinton, uma organização dedicada a levar em frente “uma visão progressista da sociedade americana”, tendo contribuído de maneira decisiva para os 66 milhões de votos recebidos nas urnas pela candidata do Partido Democrata.
We're launching Onward Together to encourage people to get involved, organize, and even run for office. https://t.co/8exooosvZ5
— Hillary Clinton (@HillaryClinton) May 15, 2017
O anúncio de Hillary Clinton motivou uma reação imediata do Partido Republicano. Michael Ahrens, porta-voz do Comité Nacional Republicano, aproveitou para lembrar a derrota da democrata às mãos de Donald Trump.
Uma candidata, disse o responsável citado pelo The Washington Post, “afastada da realidade, não confiável e que abraçou políticas desastrosas no passado”. “Se os democratas fossem espertos, perceberiam que é hora de seguir em frente”, rematou Ahrens, servindo-se de um jogo de palavras com o nome do novo movimento de Clinton.
Os Comités de Acção Política (PAC, na designação em inglês) podem recolher fundos anónimos sem limite para fazer campanha de maneira independente a favor de candidatos políticos ou de ações políticas específicas. São por isso habitualmente usados por pré-candidatos que precisam de financiar uma futura campanha, ou para apoiar “pelo lado de fora” um político cuja campanha oficial está sujeita a um controle mais apertado das leis eleitorais.