A Uber despediu mais de 20 funcionários depois de uma investigação interna destinada a avaliar a cultura de trabalho dentro da empresa ter identificado práticas — e prevaricadores — que seria preciso erradicar.
A empresa comunicou a decisão aos seus principais dirigentes numa reunião em São Francisco, disse ao New York Times uma pessoa presente na sala mas que não está autorizada a discutir o assunto com a comunicação social e por isso preferiu não dar o nome.
Não se conhecem os nomes das pessoas que terão sido despedidas mas um longo artigo do mesmo jornal, publicado há cerca de meio ano, dá conta de uma cultura darwinista dentro da Uber, onde a submissão dos mais fracos seria prática corrente.
Assédio e cultura de obsessão. O que se passa nos escritórios da Uber, Kalanick?
Segundo escreve o New York Times, depois de ter tido acesso a emails internos da empresa e ter falado com 30 funcionários e antigos funcionários da Uber, na pressão para garantir os melhores resultados possíveis, os funcionários são colocados uns contra os outros numa espécie de guerra de folhas Excel onde os comportamentos menos adequados daqueles que conseguem os números são varridos para debaixo do tapete. Um gerente ter apalpado os seios de uma funcionária numa festa da empresa em Las Vegas, o uso corrente de insultos homofóbicos ou ameaças de espancamento com um taco de basebol são alguns dos episódios que os funcionários e ex-funcionários da Uber partilharam com o jornal.
Em fevereiro de 2017, aquela máxima que diz que “o que se passa em Las Vegas fica em Las Vegas” caiu por terra quando umas das engenheiras da Uber, Susan Fowler, escreveu um texto onde detalha a alegada cultura machista, incluindo de desculpabilização de assédio sexual, que reinava nos escritórios de uma das mais lucrativas empresas de Silicon Valley.
Advogados da firma Perkins Coie acompanharam a Uber nesta investigação e a Uber terá agido segundo as recomendações da firma, que ainda não são conhecidas nem tão pouco se sabe se o despedimento destas pessoas terá sido uma delas.
