Esperar horas depois de comer para tomar banho é um hábito recorrente, muito ligado ao medo de uma paragem de digestão. Mas e se este fenómeno de paragem de digestão for afinal outro fenómeno biológico? A ciência explica.
A verdade é que não existe uma “paragem de digestão propriamente dita”. No entanto, há um outro perigo que é real.
O termo “paragem de digestão” está associado ao fenómeno de uma repentina diminuição da circulação sanguínea no cérebro, que pode provocar o desmaio súbito. Mas esse fenómeno tem outro nome: síncope cardiorrespiratória.
O banho é frequentemente visto como uma má prática depois de uma refeição. Mas não é o simples facto de ter comido, nem o processo de digestão, que pode causar este fenómeno – até porque podemos correr o mesmo perigo de estômago vazio. O risco é o de um choque térmico, ao sujeitarmos o nosso corpo a mudanças de temperaturas extremas, que de facto pode originar tal mudança de fluxo no sangue.
Eis algumas situações onde pode ocorrer uma síncope cardiorrespiratória:
- Tomar banho de água fria depois de uma grande refeição ou depois de ter ingerido álcool
- Tomar banho de água fria depois de ter praticado exercício físico intenso
- Tomar banho de água fria depois de uma exposição prolongada ao sol
Ou seja, a água fria está geralmente associada a esta prática desaconselhada. Quem diz água fria, diz outras fontes geladas que quando entram em contacto com o organismo podem causar mudanças no fluxo sanguíneo. Isso é válido tanto para os banhos frios, como para a ingestão de gelados, granizados e bebidas muito frias, num curto espaço, que provoquem uma reação biológica – ou seja, que perturbem o normal fluxo de sangue no organismo.
A solução? A precaução passará sempre por não entrar repentinamente na água, para não haver uma mudança brusca na temperatura corporal.