O sistema de videovigilância das instalações militares dos Paióis Nacionais de Tancos, de onde foi roubado armamento militar esta quarta-feira, está avariado há dois anos. A notícia é avançada, esta sexta-feira, pelo Diário de Notícias, citando fonte policial ligada ao caso.
Fonte policial adiantou ao jornal que foram roubadas 44 lança-granadas, quatro engenhos explosivos, 120 granadas ofensivas, 20 granadas de gás lacrimogéneo e 1500 munições de calibre 9mm. O comunicado do Exército, divulgado esta quinta-feira, dava conta do desaparecimento de “cerca de uma centena” de granadas de mão ofensivas e munições de calibre 9 milímetros.
A preocupação das autoridades é que o armamento roubado possa ser vendido a associações criminosas e organizações terroristas. “Quando esse armamento entrar em circulação pelo espaço europeu é de acesso fácil a grupos terroristas ou indivíduos que integrem células terroristas”, afirmou o porta-voz do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT), Filipe Pathé Duarte, ao Diário de Notícias.
Segundo o DN, os autores do roubo terão cortado a rede para entrar na zona militar, num local sem videovigilância.
A Polícia Judiciária Militar (PJM) está a investigar o caso e já informou o Ministério Público e à Polícia Judiciária da situação, adiantou a Lusa, esta quinta-feira. O incidente poderá vir a ser investigado pela PJ, caso se verifique que os autores do crime são civis — uma possibilidade em cima da mesa, já que tudo indica que o crime foi levado a cabo a partir de fora. Caberá também à Judiciária investigar os “crimes que poderão ser o destino deste armamento: crime organizado e terrorismo”, adiantou fonte policial ao DN.
A mesma fonte policial referiu ainda que se suspeita que tenham ocorridos outros roubos anteriormente, pelo que estão a ser verificados os inventários realizados aos restantes 14 paióis do quartel. O ministro da Defesa já reagiu ao incidente. Azeredo Lopes considerou a situação “grave” e garantiu que não ficará “nada por levantar” nas averiguações.
Ministro da Defesa admite que roubo de material militar em Tancos é “grave”