Radamel Falcao, jogador colombiano do Mónaco de Leonardo Jardim, chegou a acordo com as autoridades e aceitou pagar 8,2 milhões de euros ao fisco espanhol.
De acordo o jornal espanhol El Mundo, o antigo jogador do FC Porto foi acusado de fraude fiscal no valor de 5,66 milhões de euros. Os factos remontam ao período de 2012 a 2013, quando o colombiano atuava no Atlético de Madrid para onde se transferiu depois de sair do FC Porto. Em junho, o jogador foi ouvido em tribunal e admitiu os factos da acusação.
Segundo a justiça espanhola, Falcao criou uma estrutura societária opaca, com vértices na Colômbia e nas Ilhas Virgens, “com o único objetivo de ocultar da Fazenda Pública espanhola” os rendimentos relativos aos seus direitos de imagem.
Quando compareceu perante o juiz, Falcao revelou que foi Jorge Mendes, o seu agente, quem o aconselhou a criar aquele esquema de fraude fiscal. A justiça espanhola quis ouvir Jorge Mendes, que, em tribunal, garantiu que “nunca interveio na constituição das estruturas empresariais dos jogadores que representa, nem nunca deu conselhos fiscais” aos seus agenciados.
Mas, como lembra o mesmo El Mundo, Falcao foi o primeiro jogador de Jorge Mendes a envolver diretamente o super agente no esquema de fraude fiscal. Di Maria, também ele representando pelo empresário português, pagou 2 milhões à Fazenda pública de Espanha, mas não denunciou o envolvimento de Jorge Mendes. Resta saber o que farão Cristiano Ronaldo (acusado de dever 14,8 milhões ao fisco), José Mourinho (3,3 milhões) e Ricardo Carvalho (5oo mil euros), também eles investigados por suspeitas idênticas.
Esta quarta-feira a Agência Tributária e Aduaneira espanhola abordou o iate onde seguia Cristiano Ronaldo, na ilha de Formentera, junto a Ibiza, para uma ação de inspeção captada em direto pela revista Hola!. Um dia depois, o El País dá conta da insatisfação dos representantes de Cristiano Ronaldo perante aquilo que dizem ser uma perseguição movida contra o português. Mas a ação no iate não terá nada a ver com o processo fiscal em curso, escreve o El Español.
Segundo as autoridades aduaneiras, são frequentes as operações nas ilhas baleares aos alugueres dissimulados de iates cujos proprietários procuram manter essa atividade não declarando ganhos ao fisco. As mesmas autoridades garantiram contudo que esta ação não tem qualquer ligação aos processos em curso na justiça espanhola contra o jogador.
A Gestifute, empresa que presta apoia a Ronaldo questiona estes argumentos. Segundo o mesmo El País, que cita fontes próximas do jogador, o iate de bandeira britânica não é propriedade do capitão da seleção nacional. Foi alugado por alguns dias e, dizem as mesmas fontes, a matrícula e toda a sua documentação era públicas. Para a Gestifute, a operação serviu, apenas, fins “propagandísticos” usando a imagem de Cristiano Ronaldo para um “espetáculo desnecessário”.