A luta prometia não ser fácil. É certo que Fernando Pimenta, que partia na pista 5, era o campeão europeu em título. Mas ali na pista 2 havia o campeão mundial, René Poulsen. E mais ao lado, na pista 9, estava o surpreendente campeão olímpico, Marcus Walz. Nada que tivesse perturbado o canoísta português que, em mais uma grande demonstração de força, revalidou o cetro de campeão europeu de K1 1.000 metros.

Os Campeonatos da Europa de canoagem, que estão a decorrer desde sexta-feira na cidade búlgara de Plovdiv, terão este sábado várias finais com participações de atletas portugueses e começaram da melhor forma. O apuramento já tinha deixado boas indicações para as ambições da comitiva nacional, com o canoísta de Ponte de Lima a conseguir a qualificação direta para a final com a vitória na primeira eliminatória com o tempo de 3.26,160, bem à frente do bielorrusso Aleh Yurenia (3.28,588) e do russo Roman Anoshkin (3.29,280).

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Agora, na final, Pimenta venceu com o tempo de 03.29,032, numa prova onde dominou do início ao fim. O dinamarquês René Poulsen ficou com a medalha de prata (3.30,112), ao passo que o hungaro Balint Kopasz assegurou o bronze (3.30,336). O espanhol Marcus Walz voltou a ter uma prova desastrada, terminando na nona e última posição da final A de K1 1.000 metros, a primeira de duas finais que o português fará em Plovdiv.

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Antes da prova, Fernando Pimenta tinha afirmado que precisava de “boas sensações” para poder chegar às medalhas. As sensações foram as melhores, arrancando o novo ciclo olímpico rumo aos Jogos de Tóquio, em 2020, com mais um ouro no Europeu, num ano onde, pela primeira vez na carreira, está focado só no K1 (David Varela entrou para o seu lugar na equipa de K4, que terminou a final A de 500 metros em sexto).

É um grande objetivo cumprido. Não era apenas revalidar título, mas ter uma boa prestação, boas sensações, andar no grupo da frente. Sabia que havia atletas a arriscar tudo na parte inicial e tinha de ser mais forte. O húngaro e o belga tentaram vir a meu lado, mas impus um ritmo bastante forte. Chegar a metade, sentir que ainda havia energia e geri-la até à parte final foi muito bom. Deu para deixar os adversários aproximarem-se e voltar a subir nos últimos metros”, comentou após a prova em declarações à agência Lusa.

Vice-campeão olímpico em 2012, fazendo dupla com Emanuel Silva em K2 1.000 metros em Londres, não é por acaso que Fernando Pimenta é descrito por muitos como o atleta mais completo de sempre da canoagem nacional. Aos 27 anos, conta já com seis medalhas em Mundiais (quatro de prata, duas de bronze) e 20 em Europeus, contabilizando juniores, Sub-23 e seniores: sete de ouro, cinco de prata e oito de bronze.

Se a isso juntarmos ainda os pódios nas Taças do Mundo e nos Campeonatos Nacionais, são mais de 120 medalhas conquistadas em K1, K2 e K4. E amanhã há mais uma final, em K1 500 metros.

Nas outras finais do dia já realizadas, a equipa de K4 masculina, constituída por Emanuel Silva, João Ribeiro, David Fernandes e David Varela, terminou a final A de 500 metros no sexto lugar com 1.19,872. A Hungria ganhou a medalha de ouro (1.18,556), seguida das equipas nacionais da Eslováquia (1.18,640) e da Bielorrússia (1.19,112).

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Já a equipa feminina, com Teresa Portela, Joana Vasconcelos, Francisca Laia e Maria Cabrita, terminou também a final de K4 500 metros na nona posição, com o tempo de 1.34,396. A Hungria, grande potência na modalidade, ficou com a medalha de ouro (1.30,724), à frente de Polónia (1.31,596) e Ucrânia (1.31,624).

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