A Liga inglesa de futebol arranca na sexta-feira com a inédita presença de dois treinadores portugueses e novamente mais de uma mão cheia de candidatos a roubar o título ao Chelsea.

Enquanto José Mourinho ambiciona levar o seu Manchester United de volta ao título, que lhe foge desde 2013, Marco Silva tem a missão de manter o Watford entre os grandes, mostrando-se a clubes maiores da Premier League. O campeão Chelsea vai ter missão complicada para defender o cetro, já que os habituais Manchester United, Manchester City, Liverpool, Arsenal e Tottenham prometem uma competição emotiva e ainda mais equilibrada.

Antonio Conte estreou-se nos blues com o título inglês, mas não teve o desgaste de disputar as competições europeias (o Chelsea tinha sido 10.º na temporada anterior), pelo que contou com significativa vantagem competitiva face aos rivais, sujeitos a enormes exigências também no palco europeu. Depois de perder o ex-benfiquista Nemaja Matic para o Manchester United e de anunciar o fim de ciclo de Diego Costa, Conte confia na capacidade goleadora de Morata (ex-Real Madrid) para fazer a diferença.

José Mourinho é um dos principais desafiantes, procurando atingir, de novo, o título no segundo ano em que abraça um novo projeto – o sexto lugar da estreia foi amargo, apesar do triunfo na Liga Europa, que lhe abriu as portas da Champions. Com uma defesa habitualmente sólida, reforçada pelo ex-Benfica Lindelof, os red devils procuram explodir no ataque, apostando nas valências do possante belga Romelu Lukaku (ex-Everton). O reencontro de Mourinho com Matic, que orientou no Chelsea, também permitirá libertar Pogba, a grande figura da equipa, para ser mais decisivo em termos ofensivos, ajudando a transformar os muitos empates em triunfos.

O rival Manchester City deixou sair atletas com vários anos de casa a reforçou-se com juventude, destacando-se o português Bernardo Silva (ex-Mónaco) e o guarda-redes Ederson (ex-Benfica), além de Kyle Walker (ex-Tottenham) e Benjamin Mendy (ex-Mónaco). Pep Guardiola não está habituado a falhar desafios e nesta segunda época espera poder contar também com menos lesões, cruzando os dedos para a boa forma física de Gabriel Jesus, Kevin De Bruyne e David Silva.

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Jurgen Klopp chegou ao Liverpool em 2015 e ainda não ganhou qualquer troféu, situação que deseja inverter – a manutenção de Philippe Coutinho – para já – é o principal reforço, além do regresso ao futebol inglês de Mohamed Salah (ex-Roma), que vai pressionar o brasileiro e Sadio Mane a fazer melhor no ataque.

Desde 1996 a dirigir o Arsenal, Arsène Wenger renovou até 2019, apesar de ter falhado a Liga dos Campeões. Com Ozil e Alexis Sanchez a continuar com futuro incerto, acredita na diferença da qualidade ofensiva de Alexandre Lacazette (ex-Lyon). O Tottenham tem surpreendido já que esteve na luta até ao fim pelos dois últimos títulos, perdendo-os para o Leicester e Chelsea, respetivamente.

Lamenta a saída de Kyle Walker para o Manchester City, mas a continuidade de Harry Kane, Dele Alli e Christian Eriksen é a garantia de que Mauricio Pochettino manterá um dos mais temíveis ataques da Europa, tentando um êxito que lhes foge desde 1961. Depois de não ter conseguido aguentar o Hull City entre os maiores conjuntos ingleses, após chegar a meio da prova, Marco Silva ataca o segundo ano na Premier League com o crédito do trabalho ainda assim realizado.

Agora a oportunidade de preparar toda a época surgiu no Watford, normalmente a lutar por fugir à despromoção, com o treinador português a querer mostrar-se a clubes com ambições mais sólidas no campeonato.