Uma conta criada no Instagram há cerca de dois dias que diz representar a marca Zara em Portugal é falsa e está a prometer vales de 250 euros aos utilizadores que a seguirem. Não é novidade: trata-se de um esquema de angariação de seguidores por parte de anónimos do qual já foram vítimas outras marcas como a Fnac e a Worten.

O username @zaraoficialpt pode dar a entender que se trata mesmo da conta oficial da marca em Portugal – mas tal não existe, ou melhor, a única conta igualmente associada a Portugal não é atualizada desde 2016. Criada apenas há dois dias (data da primeira publicação), a conta já somava mais de 17 mil seguidores esta quarta-feira, todos levados a crer que receberiam um vale no valor de 250 euros para gastar nas lojas.

No site oficial da Zara, só há referência a uma conta no Instagram: @zara.

Contactada pelo Observador, a Inditex, empresa-mãe, confirma que a conta é falsa e mais: “não é a primeira vez”. A empresa garante ainda estar a averiguar a melhor solução.

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Promoção de estreia : oferta vale de 250 € para os 30.000 seguidores da página , onde devem divulgar no stories”, lê-se na informação do perfil.

Screenshot tirado esta quarta-feira

As únicas seis publicações da conta são de imagens retiradas de catálogos da Zara com descrições como “estiloso” e repetições de um slogan: “anda com estilo, anda com Zara”. A página garante que os utilizadores que seguirem e partilharem o perfil terão direito a receber um vale de compras.

Contas feitas, se a Zara decidisse atribuir 250 euros a 30 mil pessoas, a marca estaria deliberadamente a oferecer 7,5 milhões de euros – uma ativação de marca um pouco surreal.

De acordo com o Instituto Nacional de Proteção Industrial (INPI), “as patentes, as marcas, os desenhos ou modelos e outras modalidades conferem direitos exclusivos que se traduzem, entre outros aspetos, na possibilidade de impedir que um terceiro, sem consentimento do titular:

  • explore um produto ou um processo objeto de patente;
  • use marca igual ou semelhante para os mesmos produtos ou afins;
  • utilize o desenho ou modelo protegido.”

Fazer-se passar por uma pessoa ou marca é crime, e a entidade genuína pode agir contra esse tipo de usurpação, nomeadamente “junto dos tribunais, um processo-crime”.

O esquema utilizado é frequente com outras marcas, tanto em Portugal como no estrangeiro, em que um utilizador anónimo cria uma página com promessas de vales e ofertas de forma a angariar milhares de seguidores e, num determinado momento, altera o nome de utilizador e apaga as publicações – desta forma passa a ter uma conta com uma audiência significativa.

Screenshot de um Instastory publicado pela página

Para estar alerta a estas páginas falsas preste atenção aos canais oficiais das marcas e/ou celebridades: confie apenas em contas verificadas (Twitter e Instagram). Verifique que as informações das páginas redirecionam para os respetivos sites fidedignos (e que nesses sites figura uma ligação para a conta em questão) e nunca dê os seus dados pessoais ou fiscais, como o e-mail ou o número de contribuinte.