O presidente do Governo da Catalunha, Carles Puigdemont, pediu esta terça-feira às autoridades de Madrid para “deixarem em paz” a polícia regional, sublinhando que a sua prioridade é “velar pela segurança das pessoas” e não “retirar urnas”.

A pouco mais de três semanas da realização de um referendo autonomista na Catalunha, considerado ilegal pelo Governo espanhol, o Ministério Público desta Comunidade Autónoma convocou os responsáveis máximos pelos vários corpos policiais da região – Guardía Civil, Polícia Nacional e Mossos d’Esquadra (polícia regional) – para investigarem os preparativos da eventual consulta popular.

Em declarações a uma estação de rádio regional (RAC 1), Carles Puigdemont advertiu o Ministério Público que os Mossos d’Esquadra “têm como função principal garantir a segurança das pessoas”, não ir à procura das “mais de 6.000 urnas distribuídas pelo território”.

Se os Mossos receberem uma ordem judicial para retirar urnas, “farão o que devem fazer”, que é “defender os direitos do povo e velar pela segurança das pessoas”, garantiu Puigdemont.

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Puigdemont assegurou que que em 01 de outubro próximo haverá um referendo sobre a independência da Catalunha.

O Tribunal Constitucional espanhol suspendeu na semana passada, como medida cautelar, todas as leis regionais aprovadas pelo Parlamento e pelo Governo da Catalunha que dão cobertura legal ao referendo de 01 de outubro.

Os partidos separatistas têm uma maioria de deputados no parlamento regional da Catalunha desde setembro de 2015, o que lhes deu a força necessária, em 2016, para declararem que iriam organizar este ano um referendo sobre a independência, mesmo sem o acordo de Madrid.

O conflito entre Madrid e a região mais rica de Espanha, com um PIB superior ao de Portugal, cerca de 7,5 milhões de habitantes, um terço da área de Portugal, uma língua e culturas próprias, arrasta-se há várias décadas.