Um conjunto de dez aviões, bombardeiros e caças, das forças aéreas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul voaram na quinta-feira ao largo da costa da Coreia do Norte, mas ainda em espaço aéreo internacional, numa mostra de força que os EUA dizem ser uma resposta às ameaças norte-coreanas.

De acordo com o Pentágono, quatro caças sul-coreanos, em conjunto com outros quatro caças e dois bombardeiros norte-americanos, realizaram um exercício militar ao largo da costa da Coreia do Norte, o mais próximo de território norte-coreano neste século.

O objetivo era dar uma resposta forte “aos repetidos testes de misseis balísticos e ao desenvolvimento de armas nucleares pela Coreia do Norte”, diz o Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

O exercício consistia em simular um bombardeamento cirúrgico de alvos chave na Coreia do Norte. Em comunicado, o Comando do Pacífico dos Estados Unidos diz que esta foi “uma resposta direta ao lançamento do míssil balístico de médio alcance pela Coreia do Norte”.

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A Coreia do Norte já reagiu, através da sua agência de notícias oficial, qualificando o exercício de “ato precipitado”, e dizendo que os “loucos atos militares dos inimigos” são uma resposta direta ao teste de um míssil que sobrevoou o Japão.

Mísseis capazes de atingir os Estados Unidos? É “inevitável”, diz Coreia do Norte

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte disse, num discurso perante a Assembleia das Nações Unidas, que o lançamento de um míssil do seu país em direção aos Estados Unidos é “inevitável”. É uma reação não só aos exercícios realizados pelo Exército norte-americano este sábado mas também às palavras que Donald Trump proferiu nessa mesma Assembleia, há apenas três dias, todas bastante duras para o regime norte-coreano.

Ri Yong-ho disse que o Presidente dos Estados Unidos é “a única pessoa em missão suicida” e aquela que está a tornar o lançamento de um míssil contra o país “inevitável”. Não foi um discurso subserviente aquele que Ri trazia estudado.

“Dadas as suas falhas de conhecimento básico e de compreensão, [Trump] tentou insultar a Dignidade Suprema do meu país comparando-a a um míssil e com isso cometeu o grave erro de tornar o lançamento e um míssil contra os Estados Unidos ainda mais inevitável”, disse o responsável.

Ri disse ainda que as sanções económicas aprovadas esta semana contra o seu país não terão nenhum impacto nos planos da Coreia do Norte em desenvolver “uma força nuclear capaz de atingir os Estados Unidos”.

Fazendo eco das palavras do próprio líder norte-coreano, Ri disse que Donald Trump é “mentalmente inapto” e “uma pessoa cheia de megalomania”. Kim tinha-se tinha referido ao Presidente dos Estados Unidos como um “louco senil” pouco depois do discurso de Trump nas Nações Unidas.

Tempo ainda para apresentar as novidades do arsenal nuclear norte-coreano. Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros do país, a Coreia do Norte possuí bombas de hidrogénio e está habilitado a colocá-las dentro de mísseis capazes, por seu lado, de atingir solo norte-americano.