Poucos desconhecerão a história de Hugh Hefner, de quem já se disse (quase) tudo – inclusivamente que morreu, provavelmente, o único homem que não está necessariamente num lugar melhor. Isto numa alusão óbvia ao facto de ter vivido até aos 91 anos numa mansão rodeado de mulheres…

Mas se é certo que Hefner, o criador da revista Playboy, sobre a qual construiu um império, sempre viveu entre festas e beberetes – e que festas –, o mais curioso é que a sua revista, que inicialmente era pressuposto chamar-se Stag Party, adoptou a denominação pela qual ficou famosa em honra de um construtor de automóveis americano, que poucos conhecem: a Playboy Motor Car Corporation, fundada em 1947 na cidade de Buffalo, no estado de Nova Iorque.

Ao contrário da revista Playboy, que foi um sucesso desde o início, os carros Playboy não usufruíram da mesma aceitação junto do público, apesar de também eles se colarem a uma imagem de lifestyle e a uma clientela masculina. Um dos seus veículos mais famosos – se é que este termo pode ser aplicado neste caso – foi o Continental, um descapotável de pequenas dimensões, com um motor de 40 cv, o que lhe permitia atingir 121 km/h. Mas esteve longe de animar os clientes, que apenas adquiriram 97 unidades, o que levou ao encerramento da Playboy Motor Car Corporation em 1951.

Dois anos mais tarde, Hugh Hefner, que tinha abandonado o seu cargo de revisor na revista Esquire por lhe terem negado um aumento de 5 dólares, reuniu 8.000 dólares de um um grupo de 45 amigos e familiares (só a mãe contribuiu com 1.000 dólares) e preparava-se para lançar a Stag Party. Foi então que a mãe de um dos seus maiores amigos, que tinha trabalhado na Playboy Motor Car Corporation, lhe sugeriu que trocasse o nome da publicação, adoptando a designação da então já falida marca de carros.

Hefner nunca foi grande fã de automóveis, mas tinha “faro” para o que o seu público gostava de ver, pelo que 11 anos depois do primeiro exemplar da revista ir para as bancas, surgia a primeira playmate, Donna Michelle, a posar junto a um veículo, o espectacular – para a época – Ford Mustang descapotável, pintado num exuberante cor-de-rosa.

Quanto a Hefner, o facto de nunca ter revelado grande paixão por veículos de quatro rodas nunca o impediu de ter uma garagem recheada de modelos, sendo os mais conhecidos um Maserati Ghibli e os antigos Mercedes 300 SL e 600 Pullman Limousine.

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