O autodenominado “governo legítimo” da Catalunha, liderado por Carles Puigdemont, emitiu um comunicado, a partir de Bruxelas, onde acusa Madrid de impor uma “democracia espanhola” e garante que o líder destituído e os seus conselheiros vão responder ao Supremo Tribunal — que os acusa de rebelião, sedição e desvio de fundos no âmbito da declaração unilateral de independência da Catalunha — “através dos mecanismos da União Europeia”.

De acordo com o comunicado, citado pelo El Mundo, o processo judicial em curso não é mais que um “julgamento político“, que pede penas “desproporcionadas” para os políticos catalães. O “governo” de Puigdemont encara “as penas de prisão que o espera como uma prova do atual estado da democracia no Estado espanhol e como um grito a favor da liberdade” do povo catalão.

O Governo demitido considera que as alegações do tribunal “não têm fundamento jurídico” e só pretendem “punir ideias”. A prova da desproporção das penas, segundo o comunicado, é que estas são “iguais às aplicadas em delitos como homicídios ou terrorismo”. Isto, acreditam, não é mais que um “julgamento político encomendado pelo Governo do Estado espanhol”.

Os conselheiros e o presidente garantem que não estão “de forma alguma” em Bruxelas para “fugir à justiça” e não vão comparecer porque não confiam na independência da justiça espanhola. Esta quarta-feira o advogado de Carles Puigdemont já tinha anunciado que o seu cliente não iria a Madrid.

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