Bono, o vocalista da banda U2, usou uma empresa offshore em Malta, a Nude Estates, para investir na compra de um centro comercial em Utena — uma cidade com apenas 26 mil pessoas — no nordeste da Lituânia em 2007.
O investimento no Aušra (palavra lituana para “amanhecer”), — no valor de 5,8 milhões de euros — foi feito através do seu nome civil Paul Hewson, sem declarar a sua função de vocalista da banda irlandesa, revela a investigação Paradise Papers, levada a cabo pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação.
Bono era um investidor passivo e minoritário na Nude Estates Malta Ltd, uma empresa legalmente registada em Malta até ter sido liquidada voluntariamente em 2015″, explicou a porta-voz de Bono ao The Guardian.
Em 2012, a propriedade do centro comercial passou para a Nude Estates 1 — uma empresa com sede na ilha de Guernsey, no Canal da Mancha. A porta-voz revelou ao The Guardian que Bono também era um investidor passivo e minoritário na empresa Nude Estates 1. Dois anos depois, a Nude Estates original fechou.
O centro comercial, com 3,7 mil metros quadrados, abriu em 2006 — um ano antes de Bono ter investido nele. Em abril de 2007, a Eika, a empresa que o construiu anunciou que o centro comercial tinha sido comprado por um investidor estrangeiro anónimo.
O vocalista Bono não é o único exposto pelos Paradise Papers. A investigação de mais de 13 milhões de ficheiros abarca mais de 120 políticos no mundo inteiro, celebridades e e até a rainha de Inglaterra. Chega também às grandes multinacionais como a Apple, a Nike e a Uber.
Paradise Papers. Nova investigação expõe políticos, celebridades e até a rainha de Inglaterra