“Robson de Souza, nascido a 25 de janeiro de 1984, mais conhecido por Robinho, é um predador sexual que joga no Atl. Mineiro e na seleção brasileira como avançado”. As notícias circulam nos nossos dias a grande velocidade e, poucos minutos depois de se ter conhecido a sentença de um caso que estava a decorrer em Itália, a página daquele que era visto em miúdo como o “sucessor de Pelé” já tinha sido alterada: o jogador que passou por Real Madrid, Manchester City e AC Milan antes de voltar ao Brasil foi condenado a nove anos de prisão por violação num caso que remonta a janeiro de 2013, quando jogava em Itália.

De acordo com o tribunal, Robinho e mais cinco amigos terão violado uma rapariga albanesa de 22 anos numa discoteca em Milão. Apesar da decisão, a condenação ainda não foi confirmada pelo tribunal porque o processo não está concluído. A agência italiana ANSA, citada por outros órgãos internacionais, avança ainda que o jogador se declarou inocente de todas as acusações, algo que já fizera em outubro de 2014, numa conferência de imprensa. Em 2009, quando estava em Inglaterra, o jogador chegou a ser investigado por outro caso de alegada violação numa discoteca em Leeds mas, após ser ouvido e negar todas as acusações apontadas, foi colocado em liberdade, como recorda o El Mundo.

Aos 33 anos, Robinho é uma das grandes referências do futebol brasileiro na última década e meia, sobretudo depois de ter levado o Santos ao primeiro título nacional desde Pelé que lhe valeu a inevitável comparação. Após três anos nos seniores do Peixe, o avançado transferiu-se para o Real Madrid em 2005, num negócio que deu muito que falar.

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Na capital espanhola a troco de 24 milhões de euros por 60% do passe, o brasileiro ficou com a camisola número 10 que pertencia a Luís Figo e intercalou momentos de maior fulgor com outros onde passou pelo banco, como aconteceu com Fabio Capello. Em 2008, no seguimento de um diferendo com o técnico Bernd Schuster, forçou a saída do Santiago Bernabéu mas, em vez de ir para o Chelsea, acabou no Manchester City, tornando-se em 2008 a transferência mais cara de sempre do futebol inglês (cerca de 42 milhões de euros).

Robinho acabou por ser o primeiro grande símbolo do “novo” City que hoje conhecemos, capaz de investir milhões e milhões de euros em contratações – aliás, há essa curiosidade de ter sido anunciado no mesmo dia em que o Abu Dhabi United Group se tornou proprietário do clube. Se a primeira temporada em Inglaterra correu bem, a segunda foi a pior na carreira até esse momento (até pelos muitos jogos de ausência por lesão), acabando mesmo por ser emprestado seis meses ao Santos antes de assinar pelo AC Milan por “apenas” 18 milhões de euros.

O brasileiro esteve cinco anos na Série A (com alguns esporádicos ao Santos), passando depois uma curta temporada em 2015 pela China (Guangzhou Evergrande) antes de voltar de vez ao Brasil, desta feita para alinhar no Atl. Mineiro, onde ganhou o Estadual este ano.

Ao todo, Robinho ganhou dois Campeonatos Nacionais, três Estaduais e uma Copa no Brasil; dois Campeonatos e uma Supertaça em Espanha; um Campeonato e uma Supertaça em Itália; e um Campeonato da China. Entre as 100 internacionalizações pelo Brasil, conquistou também duas Taças das Confederações e uma Copa América.