Os professores vão “estar atentos” ao cumprimento do compromisso assinado com o Governo e alertam que se o documento assinado for posto em causa voltam a sair à rua, garantiu quinta-feira a Fenprof.
“Justos sejamos, não ouvimos ainda os governantes dizer que não vão cumprir os compromissos. Mas às vezes nas entrelinhas de algumas intervenções fica um pouco a dúvida sobre o grau de concretização e de cumprimento desses compromissos. É evidente que hoje queremos aqui afirmar que os professores estarão atentos ao nível de cumprimento do compromisso com eles”, disse aos jornalistas o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira.
O líder da federação sindical falava no decurso de uma tribuna pública, que a Fenprof organizou esta quinta-feira no Largo Camões, em Lisboa, onde intervieram professores e outras figuras do meio académico e sindical, mas também político, e que “não é alheia à oportunidade” do momento negocial que se vive com o Ministério da Educação, referiu Mário Nogueira.
Lembrando que os professores não estão à mesa das negociações a exigir “o tudo ou nada nem tudo para amanhã”, voltando a manifestar disponibilidade para um faseamento da reposição salarial decorrente do reposicionamento e descongelamento das carreiras, Mário Nogueira alertou também que os professores não deixarão de estar atentos ao que for saindo do “ciclo complexo de reuniões” que se vão suceder até final de janeiro.
“O que não deixaremos é que se ponha em causa aquilo que existe como compromisso. Estaremos atentos, e se por acaso isso acontecer os professores cá estarão para voltar à luta, para voltar à rua”, disse.
Também o secretário-geral da CGTP-In, Arménio Carlos, que fez uma declaração às dezenas de professores presentes na tribuna pública organizada pela Fenprof, lembrou o Governo que “palavra dada é palavra honrada”, uma frase por várias vezes repetida pelo primeiro-ministro, António Costa.
“A CGTP e as suas organizações quando estão num processo negocial estão de boa-fé e estando de boa-fé, naturalmente, que os compromissos são para se assumir”, disse.
Arménio Carlos comentou ainda a manifestação de trabalhadores não docentes, que esta tarde decorreu frente ao Ministério da Educação em Lisboa, afirmando que se vive “uma situação insustentável” de falta de funcionários nas escolas, por um lado, e de funcionários contratados à hora e a valores muito baixos, por outro.
“Isto não é só generalizar a precariedade, é mais do que isso. É também a partir daqui baixar salários e desvalorizar as profissões”, criticou.
Paulo Sucena, antigo secretário-geral da Fenprof, Manuel Carvalho da Silva, antigo secretário-geral da CGTP-IN, Ana Mesquita, deputada do PCP, Joana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda, Dulce Arrojado, do grupo parlamentar do Partido Ecologista Os Verdes, foram alguns dos intervenientes na tribuna pública ‘Professores exigem respeito!’.