A revista Science anunciou que a descoberta científica do ano foi a observação, pela primeira vez na História, da colisão entre duas estrelas de neutrões a 130 milhões de anos-luz do planeta Terra. É a partir de fenómenos como este que se geram as ondas gravitacionais — perturbações no tecido do espaço e do tempo que Albert Einstein previu no século passado, mas que os cientistas só encontraram há dois anos.

Este não foi um choque qualquer entre dois corpos celestes no espaço. Não só permitiu confirmar de que havia outros eventos no espaço que podem criar ondas gravitacionais. Em 2015 tinham chegado até nós ondas gravitacionais após a colisão entre dois buracos negros — corpos muito densos que sugam tudo o que encontram pelo caminho.

Os cientistas desconfiavam que o choque entre outros dois corpos densos também pudessem gerar ondas gravitacionais. No entanto, a confirmação só chegou a público em outubro deste ano a partir de uma deteção feita a 17 de agosto.

O reconhecimento da revista Science chega depois de Rainer Weiss, Barry Barish e Kip Thorne, três dos quase 4.200 investigadores envolvidos na descoberta das ondas gravitacionais, terem ganho o Prémio Nobel da Física. Depois da primeira descoberta das ondas gravitacionais, elas voltaram a ser detetadas na Terra em mais três ocasiões, mas a última foi especial: os cientistas estavam perante “o maior fogo de artifício do Universo”, que “confirmou vários modelos astrofísicos, revelou o berço de vários elementos pesados e testou a Teoria da Relatividade como nunca antes”, justifica a Science.

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