Andy Murray deixou o futuro da sua carreira envolto em dúvida quando esta terça-feira abandonou o torneio de ténis de Brisbane e anunciou a possibilidade de ter de realizar cirurgia à anca para tratar a lesão que o afeta desde julho de 2017. O antigo nº1 mundial tem feito trabalhos de reabilitação à anca desde que se lesionou em Wimbledon, onde falhou em revalidar o título que tinha ganho em 2016, mas admitiu que “ainda não funcionou” e que tem de “reavaliar as opções”.

Numa publicação de Instagram, junto de uma foto de quando era pequeno, o escocês pediu desculpa por ter sido obrigado a abandonar o torneio na Austrália e disse estar a passar por “um período bastante difícil” há bastante tempo, que o levou a procurar a ajuda de “vários especialistas de anca”. “Foi-me recomendado que tratasse a anca de modo conservador desde o US Open, fiz tudo o que me pediram de uma perspetiva de reabilitação e trabalhei bastante para tentar voltar ao court”, escreveu o tenista.

Murray afirma que “continuar a reabilitação e dar tempo à anca para recuperar” é uma opção, mas admite a possibilidade de realizar cirurgia apesar de reconhecer que “as chances de sucesso não são tão altas quanto gostaria”, algo que tornou a ideia uma “opção secundária” que espera evitar. “É algo que talvez tenha de considerar, mas vamos esperar que não”.

Sobre o porquê de ter escolhido acompanhar a declaração junto de uma imagem de quando era pequeno, Murray explicou que a criança dentro de si “só quer jogar ténis e competir”, confessando que não se tinha apercebido do quanto ama o jogo “até estes últimos meses”.

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“Sempre que acordo espero que esteja melhor, e é bastante desmoralizante quando vais para o court e não estás ao nível a que precisas de estar para competir”, escreveu o vencedor de três Grand Slam, que em 2016, depois de uma cirurgia às costas, venceu o terceiro Grand Slam e uma medalha olímpica. Então ficou de fora apenas durante dois meses. Agora a lesão na anca já lhe roubou quase seis meses da carreira, e não há perspetivas de melhoria.

Desde Wimbledon, Murray só realizou duas partidas — e foram de exibição. Uma foi contra Roger Federer, em novembro. Outra foi na passada sexta-feira, quando substituiu Novak Djokovic contra Roberto Bautista Agut,22º classificado do ranking, em Abu Dhabi. O jogo foi de apenas um set, e Andy Murray perdeu 2-6.

Antes disso, o tenista, que de momento se encontra no 16º lugar do ranking devido à ausência prolongada, tinha tentado participar no US Open em agosto, mas viu-se obrigado a abandonar a competição dois dias antes do início do torneio.

Na mesma publicação, Murray referiu que vai ficar na Austrália nos próximos dias “para ver se a anca assenta um bocado” e só decide se vai abandonar o país no próximo fim de semana. O Australian Open, o primeiro dos quatro torneios do Grand Slam, decorre em Melbourne na última quinzena do mês de janeiro. Andy Murray já foi a cinco finais da competição — 2010, 2011, 2013, 2015, 2016 — mas nunca venceu. Desta feita, já será uma vitória se o antigo nº1 do mundo conseguir competir.