O Governo britânico rejeitou o pedido do Equador para conceder estatuto diplomático ao fundador do portal WikiLeaks, noticiaram esta quinta-feira vários meios de comunicação social.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico recusou o pedido e lembrou a Quito que a única solução é Julian Assange entregar-se à justiça, de acordo com a informação divulgada nas edições digitais de vários ‘media’. O estatuto diplomático permitiria a Julian Assange abandonar a embaixada equatoriana em Londres, onde vive há mais de cinco anos.
De acordo com uma fonte do Foreign Office, citada pelo jornal The Guardian, “o governo do Equador solicitou recentemente o estatuto diplomático para Assange”, mas “o Reino Unido não atendeu a esse pedido” e Londres “nem sequer se encontra em conversações com o Equador sobre esse assunto”.
O Equador sabe que a forma de resolver este problema é Julian Assange abandonar a embaixada para enfrentar a justiça”, acrescentou a mesma fonte ao jornal.
Por seu lado, o The Times, também na edição digital, assegurou que o fundador do WikiLeaks “recebeu um passaporte e documentos de identidade equatorianos, alimentando a especulação de que em breve podia ser transferido da embaixada em Londres”. O diário também deu conta do “não” do Governo britânico ao pedido de Quito de conceder estatuto diplomático ao australiano.
Meios de comunicação social do Equador escreveram, na terça-feira, que Assange tinha recebido um documento de identidade equatoriano, mas a diplomacia do país não confirmou a informação. Nesse mesmo dia, a ministra dos Negócios Estrangeiros equatoriana, María Fernanda Espinosa, afirmou que os rumores relativos à possibilidade de ser concedida nacionalidade equatoriana a Julian Assange “não mereciam nem os comentários nem as opiniões” da diplomacia, ainda mais tratando-se de um assunto “tremendamente delicado” que se aborda de forma bilateral com o Reino Unido.
Julian Assange refugiou-se na embaixada do Equador em Londres em junho de 2012 para escapar ao mandado de detenção europeu emitido pela Suécia, na sequência de acusações de violação, as quais sempre negou, alegando que as relações sexuais com a queixosa foram consentidas.
O mandado foi retirado em maio do ano passado, depois de a procuradoria sueca ter anunciado o abandono do processo por violação contra o fundador do WikiLeaks, encerrando uma saga judicial que durava desde 2010. Apesar da decisão da procuradoria sueca, Assange continua na representação diplomática por receio de ser detido pelas autoridades britânicas e deportado para os Estados Unidos, onde pode ser julgado pela publicação de documentos militares e diplomáticos confidenciais.
O site ‘WikiLeaks’, lançado em 2006, tornou-se conhecido por divulgar vídeos do exército norte-americano em Bagdad, no Iraque, e depois por tornar públicos relatórios confidenciais das Forças Armadas norte-americanas sobre a guerra no Afeganistão e no Iraque.
No entanto, é com a divulgação, em finais de novembro de 2010, de milhares de telegramas diplomáticos norte-americanos que Julian Assange e o seu sítio na Internet se tornam definitivamente num alvo para a administração norte-americana.