Depois das breves demonstrações durante a apresentação do Semi, o tractor para veículos pesados articulados da Tesla, sucedem-se a bom ritmo os ensaios em estrada aberta, sendo cada vez mais frequentes os encontros “imediatos” do maior e mais pesado dos produtos da marca americana com o público, que não hesita em gravar – e depois difundir – o acontecimento.

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Desta vez, o Semi foi avistado na zona residencial de Sunnyvale, do lado oposto da baía de São Francisco, onde está fábrica que a Tesla possui em Fremont, na Califórnia. Em relação à unidade que foi apanhada a circular dias antes, junto à fábrica, esta já possuía retrovisores exteriores em vez de câmaras – ilegais, até que a legislação seja alterada –, mas continuava a possuir as portas laterais suicidas (a abrir ao contrário, da frente para trás), que não deverão passar à produção em série. Era ainda a versão do Semi com o tejadilho baixo, logo sem o acessório aerodinâmico destinado a adaptar o tractor aos reboques mais volumosos.

Encomendas também na Europa e Médio Oriente

Entretanto, as encomendas para o Semi não param de chegar à Tesla. Depois de reunir mais de 400 reservas de empresas americanas, todas elas sinalizadas com 20.000$ cada – isto além das referentes à série especial Founders Series, para as quais é necessário pagar na totalidade os 200.000$ –, uma vez que a marca americana não brinca em serviço e não só gosta de se financiar com o dinheiro dos clientes, como estes não parecem importar-se, eis que já começaram a surgir encomendas da Europa e do Médio Oriente.

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As primeiras a cair foram num número não divulgado, mas necessariamente elevado, de Semi para os correios noruegueses, que decidiram avançar para o camião eléctrico assim que as encomendas se iniciaram para os primeiros três países do Velho Continente: Holanda, Noruega e Reino Unido.

Aos correios rapidamente se juntou a Asko, que encomendou 10 Semi, após ter comprado dois veículos pesados produzidos por uma empresa holandesa há cerca de dois anos, e estar agradada com o conceito do transporte pesado movido a electricidade.

O Médio Oriente não quis ficar atrás dos europeus, pelo que tratou de abrir as hostilidades assim que se iniciou o período de encomendas para a região. A empresa de gestão ambiental Bee’ah sinalizou as primeiras 50 unidades do Semi.

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O Semi, que vai começar a ser entregue a partir do final de 2019 – apesar da Tesla não ser exímia a cumprir prazos de produção –, é proposto em duas versões, uma comercializada por 150.000$ (123 mil euros), com uma autonomia de 300 milhas (cerca de 483 km), e por 180.000$ (147 mil euros) a Long Range, capaz de cobrir 805 km e que está ‘condenada’ a ser a mais procurada pela melhor relação autonomia/preço. De salientar que estes valores são relativos ao sistema americano EPA, ainda mais restritivo do que o novo europeu WLTP e muito mais exigente do que o NEDC, que é utilizado entre nós há anos. Segundo este, o Semi facilmente anunciaria na Europa autonomias de mais de 600 km na versão com bateria de menor capacidade e cerca de 1.100 km para a versão Long Range.

O Semi é capaz de rebocar 36 toneladas, atingir 96 km/h em 5 segundos e carregar as baterias com energia suficiente para percorrer mais 650 km (segundo o EPA) em apenas 30 minutos, recorrendo aos megacarregadores que a Tesla está a desenvolver para o veículo pesado, com potência muito superior aos supercarregadores de 120 kW, ao serviço dos Model S, X e 3. E que deverá utilizar igualmente para o Roadster.

Se acha estes preços elevados, saiba que a Proterra, empresa criada por ex-funcionários da Tesla, desenvolveu autocarros urbanos eléctricos e forneceu agora um lote de 25 à autarquia de São Francisco, pelo valor unitário de 700.000$. E só percorrem 200 milhas em ciclo citadino.