O Montepio Geral fechou o ano com lucros de 30,1 milhões de euros, depois de em 2016 ter apresentado um prejuízo de 86 milhões de euros, anunciou esta quinta-feira o banco.
O resultado é explicado por uma melhoria na margem financeira do banco e nas receitas com comissões bancárias, que aumentaram mais de 15%, mas o banco também apresenta uma redução de mais de 20 pontos percentuais nos seus custos operacionais e de 13,5 pontos percentuais nos custos com pessoal. O Montepio já tinha apresentado lucros desde o primeiro trimestre do ano passado depois de vários trimestres no vermelho.
Nos resultados dados a conhecer, o Montepio adianta ainda que conseguiu aumentar os seus rácios de capital para valores superiores aos que serão exigidos pelas novas regras, que entrarão em vigor na segunda metade do ano. Este aumento é justificado com uma combinação de fatores, como a geração orgânica de capital, o reforço dos fundos próprios de base e da redução dos ativos ponderados pelo risco. A instituição beneficiou de um aumento de capital de 250 milhões de euros no ano passado que foi totalmente subscrito pelo acionista único, a associação mutualista Montepio.
Os resultados de 2017 são conhecidos num momento em que se discute a entrada de um novo acionista na caixa económica, a Santa Casa da Misericórdia.
O banco diz também que adesão ao regime especial dos ativos por impostos diferidos também ajudou a aumentar o capital do banco, em uma décima, e que quando estiver completamente implementado o impacto (positivo) no capital do banco chegará aos 0,7 pontos percentuais. Este regime ainda carece de legislação da parte do Estado. As mudanças estavam previstas para este orçamento, mas a proposta foi retirada à última hora pelo Partido Socialista, após terem surgido dúvidas relativamente à abrangência da norma proposta. O Governo comprometeu-se a voltar a apresentar ao Parlamento uma proposta, mas ainda não o fez.
Outras notas destacadas nos resultados são a recuperação nos depósitos que cresceram 933 milhões de euros face ao primeiro semestre de 2017, um período em que houve notícias sobre a situação financeira da associação mutualista. Já em relação ao final de 2016, os depósitos cresceram ligeiramente na ordem de 1%. Os depósitos asseguraram 62% do financiamento do banco que reduziu a exposição ao Banco Central Europeu.