Este é daqueles golos sobre os quais dá para escrever um tratado. Pela primeira vez desde a separação da Coreia — divida em Coreia do Norte e Coreia do Sul desde o fim da Segunda Guerra Mundial — os dois países participam nuns Jogos Olímpicos como uma só equipa.
E, esta quarta-feira, a seleção feminina de hóquei no gelo da Coreia marcou o primeiro golo desta seleção unificada.
A ajudar ao simbolismo, está o golo ter sido apontado contra a seleção do Japão — um dos maiores aliados regionais da Coreia do Sul e proporcionalmente um dos maiores inimigos da Coreia do Norte, com frequentes ameaças nucleares a serem feitas por Pyongyang.
E, por cima disso tudo, o facto de a autora do golo ter sido Randi Heesoo Griffin — jogadora de nacionalidade sul-coreana que, como o último nome pode sugerir, nasceu nos EUA. Filha de mãe sul-coreana e pai norte-americano, a atleta formada pela Universidade Harvard joga pela seleção da Coreia do Sul desde 2014.
A sul-coreana Randi Heesoo Griffin puxou o disco da sua direita para a esquerda, soltou-se da adversária Yurie Adachi, olhou para a baliza e, de olhos postos no stick, rematou para dentro da baliza da seleção do Japão.
https://twitter.com/TheIceGarden/status/963701759976783873
“Foi elétrico”, disse Randi Heesoo Griffin ao USA Today, para descrever a sensação de marcar aquele golo. “Foi um sentimento excelente. A seguir ao golo, sentimos toda a energia de toda a arena.”
O resultado final do jogo pendeu para o lado das japoneses, que venceram por 4-1. Ambas as equipas jogavam já cientes de que era matematicamente impossível passarem da fase de grupos à fase de eliminatória, uma vez que cada uma já tinha perdido os dois jogos anteriores.