Mário Centeno também pediu bilhetes ao Benfica para ir assistir ao jogo entre o clube da Luz e os italianos do Nápoles, disputado a 6 de dezembro de 2016. Os convites foram pedidos aos responsáveis encarnados pelo gabinete do ministro das Finanças, que se fez acompanhar pelo filho de 15 anos.

A notícia é avançada pela revista Visão, que teve acesso a e-mails trocados entre responsáveis do clube da Luz e que faziam referência ao pedido do ministro. Nessa troca de correspondência, Orlando Dias, secretário de Luís Filipe Vieira, informa Ana Paula Godinho, responsável de Protocolo, Direção, Inovação e Desenvolvimento de Negócio do Benfica, que a secretária de Mário Centeno tinha telefonado para dizer que o ministro desejava “ver o Benfica-Nápoles mais o filho que tem 15 anos de idade“.

Este caso é anterior àquele que foi revelado pelo Observador, em janeiro de 2018. Nessa altura, o Observador revelou que Mário Centeno pedira bilhetes para si e para o filho de forma a poder assistir de camarote ao Benfica-Porto, a 1 de abril de 2017. Afinal, meses antes, o ministro já tinha feito um pedido semelhante, desta vez para um jogo a contar para a Liga dos Campeões.

Ministro das Finanças pediu lugares para si e para o filho para o Benfica-Porto da época passada

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Agora, tal como antes, Mário Centeno justificou o pedido com a necessidade de salvaguardar a segurança pessoal do governante.

A notoriedade pública do ministro das Finanças coloca exigências à sua participação em eventos públicos, como jogos de futebol, no que concerne a garantir a sua segurança pessoal. Neste sentido o Gabinete do Ministro das Finanças entende que a presença do Ministro, enquanto adepto do SL Benfica, deve ser avaliada em função das condições de segurança e grau de risco classificado em cada evento desportivo”, sugeriu o gabinete de Mário Centeno, numa nota enviada à Visão.

Quando o primeiro caso veio a público, o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa abriu um inquérito e o Ministério das Finanças foi alvo de buscas por suspeitas de que Centeno tivesse cometido um crime de recebimento indevido de vantagem. A investigação acabaria por ser arquivada, depois de o Ministério Público concluir “pela não verificação do crime de obtenção de vantagem indevida ou qualquer outro”.

DIAP de Lisboa ilibou Mário Centeno de suspeitas de três crimes