Sudão morreu esta semana, com 45 anos, no Quénia. Era o último macho da subespécie rinoceronte branco do norte e foi sujeito a eutanásia depois de o seu estado ter “piorado significativamente” e ele já não conseguir ficar de pé. “O Sudão foi o último rinoceronte branco do norte que nasceu em ambiente selvagem. A sua morte é um símbolo cruel do desprezo humano pela natureza e entristece todos os que o conheceram”, disse Jan Stejskal, diretor de projetos internacionais do Jardim Zoológico de Dvur Králové, na República Checa, citado pela Agência France-Press. Sudão esteve nesse zoo, tendo sido transferido para o Quénia em 2009.
Mas os cientistas não querem que a morte de Sudão signifique o fim dos rinocerontes branco do norte e o facto de ser uma subespécie é um fator importante nesta equação. Geneticamente, o rinoceronte branco do norte e o do sul não têm diferenças suficientes entre si para que se possa afirmar que cada um deles é uma espécie isolada. Thomas Hildebrandt, responsável pela reprodução no Instituto Leibzin de Investigação da Vida Selvagem, em Berlim, tem estado a trabalhar numa técnica de reprodução in-vitro que pretende contar com a “ajuda”… dos rinocerontes brancos do sul, uma vez que nenhuma das fêmeas vivas (Najin e Fatu) da subespécie do norte se encontra fisicamente capaz de gerar uma cria.
O objetivo é recolher óvulos de Najin e Fatu e fertilizá-los com o esperma de Sudão e de outros três rinocerontes-brancos-do-norte que também já morreram. O passo seguinte é implantar os embriões em rinocerontes brancos do sul. Não há qualquer previsão para a altura em que isto pode acontecer mas se as crias nascerem apenas depois da morte de Najin e Fatu significa que esta será a primeira espécie a ‘renascer’ com ajuda de métodos científicos. Ainda não se sabe qual será o custo mas os investigadores afirmam que esta pode ser a única forma de salvar esta subespécie.