O vencedor do Festival da Eurovisão 2017, o cantor português Salvador Sobral, vai encerrar o NOS Summer Opening 2018, que decorre no Funchal de 20 a 22 de julho, e declarou estar com muita vontade de voltar aos palcos.

“Quero agradecer não só o convite para o festival como o convite para vir aqui”, disse Salvador Sobral numa conferência de imprensa que se realizou esta segunda-feira, no Funchal, para apresentação do festival. Este festival urbano vai na sua sexta edição e tem como palco o Parque de Santa Catarina, com vista para a baía do Funchal, sendo composto por um programa com nove concertos.

No primeiro dia atuam a brasileira Mallu Magalhães, Mishlawi e Wet Bed Gang, a 21 de julho sobem ao palco Slow J, Piruka e Richie Campbell, encerrando o dia 22 com o concerto de jazz de Salvador Sobral.

No encontro com a imprensa, o cantor considerou que “vai ser giro tocar no festival”, sublinhando que, embora seja um concerto de jazz, até agora tem “sempre tido um bom feedback das pessoas”, mesmo por parte daquelas que não conheciam o seu trabalho.

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Salvador Sobral assegurou estar com “muitíssima vontade de dar música”, depois da “ausência” dos palcos, por motivos de saúde, sublinhando: “Estou com muita vontade de começar outra vez”.

Falando sobre a sua primeira deslocação à Madeira, ao seu estilo característico, afirmou: “A mim, parece-me um bocadinho surreal convidarem-me para estar aqui cinco dias, só para dizer estas quatro palavras. Não pagar nada. É incrível”.

Salvador Sobral acrescentou ser “um bocado estranho”, argumentando que “antes ninguém oferecia nada”. “Quando eu não ganhava bem, tocava nos bares e hotéis [ninguém oferecia nada], e agora que finalmente ganho e posso pagar, as pessoas oferecem-me coisas”, destacou.

Sobre o alinhamento do concerto que vai dar no Funchal, disse que vai tocar alguns temas do seu último trabalho discográfico, “Excuse me”, admitindo que já está “um bocadinho farto do disco”.

“Por isso, vamos pôr também outras coisas, coisas do disco novo, coisas que escrevi com o Júlio Resende”, pianista com quem gravou o primeiro álbum e com quem partilha o projeto Alexander Search, realçando que o tema da Eurovisão é “obrigatório”.

“Esse tem de ser, senão acho que as pessoas me matavam”, disse, mencionando que Paulo de Carvalho já o avisou de que um dia se vai fartar da canção. Mas Salvador Sobral assegurou: “Até agora ainda gosto de tocá-lo [o tema], ainda por cima tocamos sempre de maneira diferente, é giro”, recordando que já não o toca “há muito”.

Quanto à publicidade que a realização do Festival da Eurovisão vai trazer para Portugal, opinou ser “ótimo”, porque “o país está a crescer imenso, não é só por causa disto, a economia está a crescer, tudo”, adiantando que também lhe dá “um bocadinho de medo que Lisboa seja a próxima Barcelona ou Paris, que perca a identidade”.

Em relação ao tema que vai representar Portugal no eurofestival, “O Jardim”, interpretado por Cláudia Pascoal, disse que “gostava”, por ser “diferente”, considerando que a intérprete “canta bem”. Recordou, contudo, que, no último Festival da Canção, os intérpretes “desafinaram imenso”.

“Como é possível, supostamente os melhores cantores… Acho que vi uma semifinal em que todos desafinaram. Não pode ser. Estamos a falar dos melhores cantores que devem representar um país e toda a gente desafina, é um bocadinho triste”, comentou, apontando que “o Diogo Piçarra e a Susana Travassos, foram únicos que não desafinaram”.

Questionado sobre a crítica de Rui Veloso ao Festival, considerando-o uma “pimbalhice”, e que não tinha a certeza de que a vitória “era boa para a carreira de Salvador Sobral”, o cantor admitiu não ser “muito agradável”.

“Gostava de ser conhecido por várias canções, mas as pessoas conhecem aquela e depois conhecem outras”, salientou, argumentando que “a canção é lindíssima”. No seu entender, “é das canções mais bonitas que alguma vez se fizeram”, por isso, afirmou: “Não me importo por ser conhecido por essa”.

Ricardo Cardoso, da organização do NOS Summer Opening, salientou que este é “o maior evento musical que se realiza na Madeira”, sendo a novidade da edição deste ano a duração de mais um dia. A atuação de Salvador Sobral, no Funchal, acontece depois dos quatro concertos do projeto Alexander Search, que mantém com Júlio Resende, anunciados para maio, junho e julho.

De acordo com o comunicado divulgado no passado dia 12 — que admitia o anúncio de novas datas, “em breve” –, o primeiro concerto de Alexander Search, inspirado na poesia de Fernando Pessoa, realizar-se-á no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, a 18 de maio, seguindo-se a Casa da Cultura, em Ílhavo, a 3 de junho, o Cine-Teatro Avenida, em Castelo Branco, a 16 de junho, e, por fim, a Casa da Música, no Porto, a 14 de julho.