Uma sessão pública pela “liberdade para os presos políticos catalães” decorre esta sexta-feira à noite na Assembleia da República, em Lisboa, iniciativa dos promotores do manifesto sobre este tema subscrito por 80 personalidades portuguesas.

Políticos e politólogos portugueses juntam-se assim a deputados da Catalunha para as intervenções nesta iniciativa “Liberdade para os presos políticos catalães” que decorre, a partir das 21h00, no auditório Almeida Santos, do parlamento, em Lisboa.

A sessão pública é organizada pelas promotoras do Manifesto “Liberdade para os presos políticos catalães!”, subscrito por 80 personalidades portuguesas e que juntam várias sensibilidades políticas. O historiador e fundador do BE Fernando Rosas, o deputado do PS Tiago Barbosa Ribeiro, a deputada bloquista Isabel Pires e o politólogo André Freire são os intervenientes portugueses previstos.

Pela Catalunha irão discursar Aurora Madaula i Giménez (deputada do Juntos pela Catalunha), Adrià Alsina (Assembleia Naciona Catalã), Ferran Civit (deputado da Esquerda Republicana da Catalunha) e Mireia Vehí i Cantenys (ex-deputada da Candidatura de Unidade Popular).

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No manifesto pode ler-se que “só as ditaduras, as ‘democraduras’ ou as ‘dictablandas’ têm presos políticos”, que “prendem dirigentes políticos e associativos legitimamente eleitos como representantes do povo e que nunca usaram da violência política para defender os seus ideais”.

“Nós, pelo contrário, não calamos a nossa indignação perante semelhante sanha repressiva disfarçada de legalidade e juntamos a nossa voz a todas e todos aqueles que, na Europa e no mundo, apelam à libertação imediata de Carles Puigdemont e de todos os presos políticos catalães”, sublinham.

A justiça alemã libertou na quinta-feira Carles Puigdemont, deixando-o em liberdade sob fiança enquanto analisa o pedido de extradição das autoridades judiciais espanholas.

Os 80 subscritores pedem que “acabem de uma vez por todas práticas políticas e judiciais incompatíveis com o respeito dos direitos cívicos e políticos dos cidadãos catalães e que, como se tem apelado por todo o mundo, se dê lugar à negociação política de um problema político”.

A Audiência Territorial do estado federal alemão de Schleswig-Holstein descartou na quinta-feira o crime de “rebelião” do pedido de extradição do ex-presidente catalão Carles Puigdemont para Espanha, deixando-o em liberdade, sob fiança, enquanto analisa a entrega à justiça espanhola.

Puigdemont está na prisão de Neumünster desde 24 de março, quando foi detido pela polícia alemã pouco depois de ter entrado pela fronteira dinamarquesa. No total, 25 dirigentes independentistas foram acusados, dos quais 12 por delitos menos graves como desobediência. Nove estão na prisão em Espanha e sete fugiram para o estrangeiro — sobre seis deles recaem mandados de captura.

Todos são acusados de ter preparado, durante anos, a rotura com Espanha, que redundou na declaração unilateral de independência da Catalunha a 27 de outubro. Fizeram-no, afirmam os tribunais, em desrespeito pelos sucessivos avisos e advertências dos tribunais e do Governo central.

Em 27 de outubro de 2017, Madrid decidiu intervir na Comunidade Autónoma, através da dissolução do parlamento regional, da destituição do executivo regional e da convocação de eleições regionais que se realizaram a 21 de dezembro último.

O bloco de partidos independentistas manteve nessas eleições a maioria de deputados no parlamento regional, mas está a ter dificuldades para formar um novo executivo.