Cerca de três dezenas de trabalhadores da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF) concentraram-se esta segunda-feira junto à estação de metro da Trindade, concelho do Porto, para reivindicar aumentos salariais e melhores condições de trabalho.

Em declarações aos jornalistas o responsável do Sindicato Nacional dos Trabalhadores Ferroviários (SNTF), Paulo Milheiro, explicou que “foi feita uma atualização salarial na Comboios de Portugal (CP), empresa mãe da EMEF, e não foi feita para os trabalhadores da EMEF”, faltando também, referiu, atualizar o subsídio de turno.

Atualmente os trabalhadores da EMEF recebem 48 euros por mês de subsídio de turno quando têm 24 horas de disponibilidade, o que, segundo o sindicato, em comparação com as restantes empresas do setor, corresponde a um terço do que outros profissionais recebem.

Os trabalhadores também reivindicam o recrutamento de novos funcionários para as oficinas, apontando que a faixa etária atual ronda os 50/60 anos e que desde 2004/2005 “não são realizadas integrações regulares na empresa”, o que leva a “dificuldade na passagem do testemunho”.

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“Parece que o que interessa é acabar com esta empresa, que é a única empresa portuguesa que faz a manutenção dos comboios. Há vários anos que não há um rejuvenescimento das oficinas”, disse Paulo Milheiro, apontando para a necessidade de admissão de “pelo menos 40 a 50 novos trabalhadores”.

De norte a sul do país existem cerca de 10 oficinas da EMEF, num total que ultrapassa um milhar de funcionários, indicou o sindicato. Atualmente estão em greve — com paragens de três horas por turno — as oficinas do Norte, estando agendada para quinta-feira uma reunião nacional com as associações representativas dos trabalhadores, na qual se decidirá a marcação ou não de uma greve nacional de 24 horas.

“Esta greve, este conflito, pode acabar amanhã [terça-feira] pois tudo depende de vontade política. Mas a administração da empresa e a tutela têm adiado respostas. Só não acabam com esta greve se não quiserem”, referiu o responsável do SNTF.

Paulo Milheiro apontou que existem metros e comboios a circular com “problemas” devido à paralisação e descreveu casos em que o ar condicionado não funciona ou as caixas “quase sem óleo”. “Isto compromete a segurança dos utilizadores e profissionais”, resumiu.