Winnie e Willie são os protagonistas de “Lindos dias”, de Samuel Beckett, que Cucha Carvalheiro e Luís Madureira estreiam na quinta-feira no Teatro Municipal S. Luiz, em Lisboa. Encenada por Sandra Faleiro, a peça sobe ao palco da sala Mário Viegas, onde permanecerá em cartaz até dia 22, com espectáculos de quarta-feira a sábado, às 21h00, e, aos domingos, às 17h30.
A 15 de abril haverá uma sessão com interpretação em língua gestual portuguesa, seguida de uma conversa com a equipa artística, que será moderada por David dos Santos, doutorando em filosofia da ciência, tecnologia, arte e sociedade.
A partir da tradução de João Paulo Esteves da Silva, os dois atores revisitam este clássico da dramaturgia do autor irlandês que acaba por ser uma crítica velada ao pouco valor que as pessoas dão à vida e ao tempo.
O clown e a dimensão trágico-cómica deste texto assinalam também o regresso de Sandra Faleiro à sala onde se estreou na encenação, há 23 anos, também com um texto do dramaturgo irlandês, “Come and go”.
Esta obra de Beckett, “Dias felizes” na maioria das traduções, é um texto sobre um casal que Beckett eternizou nos anos 1960. Um casal em que a mulher aparece fundida na terra onde se enterra até ao pescoço enquanto, na maior parte das vezes, dorme.
Um dom de “dormir” que Winnie chega a invejar enquanto insiste em acordar o marido para que conversem restando-lhe apenas manter o monólogo possível face à indolência de Willie. “Lindos dias” é uma peça onde se questiona a vida e como se ocupa o tempo antes de morrer, uma peça sobre como resistir, personalizada na heroína Winnie.
A música é de Sérgio Delgado, o cenário e figurinos de Maria João Castelo e a luz de Cristina Piedade. Com o apoio do Centro Cultural de Belém, “Lindos dias” é uma produção da Causas comuns e do S. Luiz Teatro Municipal que, a 27 de abril, sobe ao palco do Teatro Municipal de Bragança e, a 12 de maio, do Teatro Virgínia, em Torres Novas.