O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, recebeu esta quinta-feira em audiência os representantes da comunidade internacional no país, que, mais uma vez, recusaram prestar declarações à imprensa. “Falaremos no momento oportuno”, afirmou o representante da União Africana no país, o embaixador Ovídeo Pequeno.

Os representantes da comunidade internacional na Guiné-Bissau, denominados de P5, incluem a União Africana, Nações Unidas, União Europeia, Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Na quarta-feira, o P5 esteve reunido com uma missão ministerial da CEDEAO que se deslocou a Bissau para a avaliar a evolução política no país, em conformidade com o Acordo de Conacri, e mais uma vez não prestou declarações à imprensa.

A missão da CEDEAO disse estar otimista em relação às negociações em curso, mediadas pelo bispo de Bissau, entre o Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC) e o Partido de Renovação Social (PRS), maiores partidos da Guiné-Bissau. No sábado, a CEDEAO vai realizar uma cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo em Lomé, no Togo, para, entre outros, analisar a situação política na Guiné-Bissau.

A Guiné-Bissau vive uma crise política desde a demissão, por José Mário Vaz, do Governo liderado pelo primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), em agosto de 2015. Por falta de consenso entre as várias forças políticas, a CEDEAO elaborou o Acordo de Conacri, assinado pelos partidos com representação parlamentar e os deputados expulsos do PAIGC, denominados por Grupo dos 15.

Segundo uma parte dos signatários, no âmbito do acordo foi escolhido um determinado nome para primeiro-ministro, mas o chefe de Estado guineense nomeou uma outra pessoa. A CEDEAO entende que o acordo continua sem ser implementado e em fevereiro confirmou uma lista de sanções contra 19 individualidades guineenses, entre as quais se encontram vários membros do setor político e judicial.

Desde as eleições legislativas de 2014, a Guiné-Bissau já teve seis primeiros-ministros. O último primeiro-ministro nomeado pelo Presidente foi Artur Silva, um dirigente do PAIGC, que tomou posse a 31 de janeiro, mas que, até ao momento, ainda não apresentou a composição do seu Governo. A Guiné-Bissau deverá realizar eleições legislativas ainda este ano e presidenciais em 2019.

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