O ministro da Defesa considerou esta terça-feira que só uma “pessoa insensata” pode dizer que não haverá quebras nas comunicações em situação de catástrofe, mas assegurou que tudo está a ser feito para evitar esse cenário com sistemas redundantes. “É possível garantir que tudo está a ser feito para que sistemas redundantes existam, as garantias, numa situação de cataclismo como aquela que aqui está a ser testada, só uma pessoa insensata pode garantir isso”, afirmou o ministro Azeredo Lopes, em Tavira, em declarações aos jornalistas durante a apresentação do exercício Fénix, que o Exército realizou nos últimos dias no Algarve para testar a Unidade de Apoio Militar de Emergência em situação de simulacro de sismo de 7 graus na escala de Richter.
Azeredo Lopes, que esteve acompanhado por deputados da Comissão de Defesa da Assembleia da República, garantiu que, “na medida do que é possível fazer do ponto de vista da resposta pública”, está-se a trabalhar para “ter a certeza de que não há um, não há dois, há vários sistemas e várias redundâncias, que permitem eliminar até onde é possível a hipótese, que seria evidentemente muito má, de um sistema de comunicação colapsar ou não funcionar”.
O governante falou durante a visita a vários dos cenários testados em Tavira após a ocorrência do sismo e que foram desde o colapso de uma ponte e a utilização de uma plataforma do Regimento de Engenharia do Exército para atravessar uma ambulância pelo rio Gilão, a reposta a uma ameaça com um agente químico, o resgate de uma pessoa em montanha, ou a criação de hospitais e acampamentos de campanha.
O chefe de Estado Maior do Exército (CEME), general Rovisco Duarte, considerou que a resposta dada durante o exercício teve “sucesso” a vários níveis, tanto no “grau de adesão de todos os envolvidos”, designadamente o Comando Distrital de Operações de Socorro de Faro da Proteção Civil, a PSP, a GNR ou o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), como nos testes de comunicações.
“Tentámos tirar de dentro de Abrantes, do Regimento de Apoio Militar de Emergência, tudo aquilo que é o nosso posto de comando, colocá-lo no terreno, em situações adversas, longe da sua área de conforto, que é Abrantes, as suas instalações fixas, movimentámos meios das nossa direção de comunicações e sistemas de informação, meios instalados em Lisboa, na Póvoa de Varzim e noutros sítios, para esta região de Tavira, integrámo-los e funcionaram, o que também nos deixa satisfeitos por essa parte”, disse o CEME.
A mesma fonte reconheceu que este exercício “é extremamente importante” porque “faz parte de um Plano do Exército” iniciado em 2016 e que estabeleceu “um ‘road map’ para levantamento das capacidades”. “Isto era um exercício extremamente importante para melhorar as capacidades autónomas e melhorarmos as nossas comunicações e estamos nesta fase extremamente satisfeitos”, afirmou ainda Rovisco Duarte, em jeito de balanço final.
A escolha do Algarve prendeu-se, observou, por ser uma região que conta com um Plano de Risco Sísmico e Tsunamis há vários anos, disse ainda o CEME, acrescentando que as entidades que estiveram no terreno vão agora “fazer os relatórios” e “trocar impressões” para “ver o que é preciso olear”, para “criar mais ligações, mais conhecimentos e acima de tudo mais redundâncias”.