O programador que revelou que a Cambridge Analytica utilizou indevidamente dados de 50 milhões de contas (mais tarde soube-se que tinham sido 87 milhões) de Facebook para ajudar a eleger Donald Trump vai ter de comparecer no Congresso norte-americano, na próxima semana. Christopher Wylie confirmou à CNN que iria responder perante os democratas do Comité Judiciário na terça-feira e no Comité de Inteligência na quarta-feira.
“Espero trabalhar com os legisladores nas matérias de segurança nacional que emergem de dados mal utilizados por palataformas como o Facebook”, disse Wylie à CNN, assegurando que este assunto vai além da Cambridge Analytica: “A segurança destas plataformas está a tornar-se uma parte essencial da proteção das democracias de atores maliciosos”.
Os republicanos do Comité de Inteligência já concluíram a investigação à alegada interferência russa nas eleições legislativas de 2016, e ainda não se sabe se vão participar nas audições a Wylie.
“Acreditamos que Wylie vai aprofundar a nossa compreensão do papel que a Cambridge Analytica teve nas eleições de 2016, que interações teve relacionadas com figuras russas e como a empresa recorreu aos dados pessoais do Facebook”, afirmou o democrata Adam Schiff.
Foi Christopher Wylie quem revelou, em março, ao The Guardian e ao The New York Times a forma como a empresa de análise de dados britânica, que tinha sido contratada pela campanha de Donald Trump, acedeu e utilizou dados que não devia para fazer comunicação direcionada a eleitores nos EUA. Foi ouvido no mês passado no parlamento britânico.
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