O movimento #MeToo, consequência da gigantesca vaga de denúncias de assédio sexual na indústria do cinema e da moda nos Estados Unidos no final do ano passado, arrastou consigo muitas declarações de louvor mas também muitas apreciações negativas. A última voz a juntar-se ao rol de pessoas que criticam o movimento e tudo o que ele implica foi a de Karl Lagerfeld, diretor criativo da Chanel e da sua própria marca.

Se não querem que vos baixem as calças, não sejam modelos! Juntem-se a um convento de freiras. Há sempre um lugar para vocês no convento. Eles até estão a recrutar”, disse o designer de 84 anos, em entrevista à revista francesa Numéro Magazine.

Lagerfeld até explicou que “não suporta Harvey Weinstein” – o produtor cuja conduta sexual imprópria deu origem a todo o movimento que valeu aliás vários prémios Pulitzer -, mas garantiu que as centenas de denúncias de assédio que surgiram décadas depois dos acontecimentos o deixam espantado. “Estou farto disso. O que me choca mais são as vedetas que demoraram 20 anos a lembrar-se do que aconteceu. Isto para não falar do facto de não haver testemunhas das acusações”, atirou o diretor criativo da Chanel e da Fendi.

O designer alemão recordou ainda que movimentos como o #MeToo tiveram um impacto enorme na indústria da moda e na forma como esta funciona. Em relação àquilo que é o “politicamente correto”, defendeu que “agora tem de se perguntar a uma modelo se ela se sente confortável a posar”.

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