O presidente do PSD, Rui Rio, anunciou nesta segunda-feira, no distrito de Leiria, que o partido vai solicitar formalmente na Assembleia da República o nome dos 50 maiores devedores da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Em Castanheira de Pera, num jantar dos Trabalhadores Social-Democratas (TSD) para assinalar o 1 de Maio, o líder do PSD criticou o Governo por não aumentar os trabalhadores da função pública no valor da inflação, para que não tenham “mais um ano com perda do poder de compra”.

“Os funcionários públicos podem passar mais um ano sem aumentos, mas têm o direito de saber quem são os principais devedores da CGD, que ficaram a dever milhões e milhões de euros, que dava para dar muitos aumentos à função pública”, disse Rui Rio.

Pelas contas de Rui Rio, a actualização dos salários da função pública poderia representar cerca de 300 milhões de euros de despesa pública adicional, que, “se comparado com aquilo que o Estado deu à banca já na vigência deste Governo socialista, corresponde a uma fatia muito pequenina”.

Segundo o presidente do PSD, o valor canalizado para a CGD e o montante já contratualizado que pode vir a ser injectado no Novo Banco “é 25 vezes mais do que aquilo que custaria anualmente essa reposição do poder de compra”.

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“Não estou a dizer que se deve desequilibrar o Orçamento, fazer loucuras ou eleitoralismo, mas há uma coisa que estou a dizer: temos todos o direito, e em particular os funcionários públicos, de saber quem são realmente os grandes devedores da CGD”, frisou.

Na sua intervenção, o líder social-democrata anunciou que o PSD vai pedir, “mais uma vez, e formalmente, na Assembleia da República, quem são os 50 maiores devedores da CGD”. “Se agora vierem com subterfúgios do ponto de vista legal, dizendo que não o podem fazer porque a lei não o permite, então podem contar com o apoio do PSD para mudar a lei que não permite que os portugueses saibam quem é que deve tanto dinheiro ao banco público”, salientou.

Para o presidente do PSD, o Governo liderado pelo socialista António Costa não conseguiu “nenhum milagre económico”, sustentando a sua acusação com o facto de a taxa de crescimento do Emprego ser superior à da Economia.

Salientando que este indicador “é negativo”, Rui Rio explicou que quando a economia cresce menos do que o emprego significa que “tem baixado a produtividade e foi criado emprego de baixa qualidade e de salários mais baixos”.

“Se é positivo a taxa de desemprego estar a baixar, também temos de dizer que isso tem sido à custa da criação de postos de trabalho de menor qualidade e de mais baixo custo e, portanto, a produtividade não tem sido conseguida à custa do progresso tecnológico e do desenvolvimento, mas à custa dos salários”, sublinhou.