A economia portuguesa cresceu 0,4% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o trimestre anterior, um abrandamento face aos 0,7% que havia crescido na parte final do ano passado, influenciado pela menor procura pelas exportações portuguesas. O abrandamento era esperado, mas o ritmo de crescimento é ainda menor que o esperado por analistas e instituições. Face ao mesmo trimestre de 2017, a economia cresceu 2,1%, o pior ritmo em ano e meio.

Já se sabia que 2017 havia sido um ano excecional, que o próprio Governo esperava um abrandamento para este ano e que o primeiro trimestre não teria sido famoso. A incerteza na economia mundial está a incutir mais cautela nos agentes económicos, e e isso fez-se notar na procura pelas exportações portuguesas. Acabou por ser o investimento a compensar parcialmente este fator mais negativo para a balança comercial, com um crescimento ligeiramente mais acentuado, tal como aconteceu com o consumo privado.

Ainda assim, não chegou. Num cenário em que a pool de economistas consultados pela Bloomberg antecipava um crescimento de 0,6% e os da Reuters, mais pessimistas, de 0,5% – a Comissão Europeia tinha uma previsão idêntica -, o crescimento acabou por ficar ligeiramente abaixo.

Em comparação com o primeiro trimestre de 2017, as razões são semelhantes. Menos exportações que importações, com mais investimento, mas com uma estabilização do consumo privado.

Esta é só a primeira estimativa para o Produto Interno Bruto português no primeiro trimestre do ano. No próximo dia 30 de maio, o INE volta a dar nova estimativa, com a publicação das Contas Nacionais Trimestrais do primeiro trimestre de 2018, onde já terá algum detalhe sobre o que levou a este resultado. Nessa altura, os números ainda podem sofrer alterações.

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