O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, assegurou esta quarta-feira em Madrid, a dois dias da votação de uma moção de censura proposta pelo PSOE, que não tem qualquer intenção de se demitir e que pretende finalizar a legislatura. Questionado por um deputado sobre se se iria demitir, o chefe do Governo respondeu que a sua “intenção” é de “completar o mandato conferido pelos espanhóis”, até ao final da legislatura, em 2020.

“Tenho um mandato dos cidadãos, que deram ao meu partido 50 lugares mais do que deram ao segundo partido”, o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), acrescentou. O PSOE apresentou na passada sexta-feira uma moção de censura contra o presidente do Governo, apenas 24 horas depois da sentença no “caso Gurtel”, um esquema de corrupção que condenou vários membros do PP (Partido Popular, direita), e o próprio partido ao pagamento de uma multa.

O parlamento vai discutir a moção na quinta e sexta-feira, estando o PSOE, com 84 deputados, longe de ter assegurado o apoio de metade mais um dos 350 membros do parlamento necessários para aprovar a proposta. O Unidos Podemos (extrema-esquerda) e terceira maior força no parlamento é até agora o único partido que assegurou que iria votar no mesmo sentido dos socialistas.

O sucesso da moção de censura depende, assim, do apoio, pouco provável, de uma série de formações políticas nacionalistas e separatistas. A Audiência Nacional, que julga os casos mais graves de corrupção, aplicou na passada quinta-feira penas elevadas a uma série de políticos e empresários envolvidos no caso Gurtel.

O próprio partido do primeiro-ministro, Mariano Rajoy, foi multado em 245 mil euros por ter beneficiado do esquema ilegal que se baseava em conceder contratos públicos a empresas em troca de dinheiro. Mariano Rajoy nunca foi envolvido diretamente no caso Gurtel, mas os seus cargos de responsabilidade no PP têm levado os opositores a acusá-lo de ter “fechado os olhos” ao esquema.

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