O PCP felicitou esta terça-feira a realização da Cimeira entre os presidentes da Coreia do Norte e dos Estados Unidos, considerando que pode tratar-se de “um passo” no sentido de encontrar finalmente uma “solução pacífica” para um conflito “que se arrasta há 65 anos devido à política intransigente e agressiva dos EUA, que mantém na Coreia do Sul um poderoso dispositivo militar”. Para os comunistas, é preciso “respeitar o direito do povo coreano decidir os seus próprios destinos”.
Numa nota de imprensa divulgada aos jornalistas, o PCP lembra que os acordos semelhantes estabelecidos no passado não foram cumpridos pelos EUA, pelo que é preciso “diálogo” e “negociação pelo fim das ingerências, pressões e ameaças externas”, referindo-se nomeadamente às sanções “promovidas pelos EUA” na região.
“O PCP considera que uma solução para o conflito exige o respeito dos princípios da soberania e independência nacional, do direito do povo coreano decidir dos seus próprios destinos, no caminho para a concretização da sua aspiração à reunificação pacífica da Coreia“, lê-se.
Segundo a nota do gabinete de imprensa, o PCP defende que o caminho para a paz passa necessariamente pela “normalização das relações” entre os dois países, bem como pela “implementação de efetivas garantias de segurança para a República Popular Democrática da Coreia, com vista a uma paz estável e duradoura na península coreana, livre de armas nucleares e de forças militares estrangeiras”.
Ao Observador, no âmbito das jornadas parlamentares do PCP, o deputado António Filipe falou sobre a situação na Coreia do Norte, nas vésperas da cimeira de Singapura, considerando que a gravidade da situação se deve às sequelas da guerra da Coreia e que ao facto de os EUA não verem com bons olhos o “desanuviamento” das relações entre as duas Coreias. “Pensamos que têm sido dados passos positivos, designadamente na aproximação da República Popular e Democrática da Coreia e a República da Coreia, entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, que têm contribuído muito positivamente para o desanuviamento da situação nessa região. Isto, apesar de termos verificado que há, da parte das autoridades norte-americanas, que são responsáveis pela militarização daquela região do globo, muitas reservas a esse clima de desanuviamento”, disse.