22 de janeiro de 2014. Em Lyon, o Mónaco jogava com o Chasselay para os 16 avos-de-final da Taça de França. A equipa monegasca venceu por 3-0 e Falcao até marcou o primeiro golo da partida. Mas havia algo naquele jogo que ia marcar muito mais a carreira do jogador colombiano do que um golo a uma equipa da quarta divisão. Pouco antes do intervalo, o avançado sofreu uma entrada dura e lesionou-se no joelho esquerdo.
“Ficaria triste se [Falcao] não fosse ao Mundial, desejo-lhe uma recuperação rápida. Estou muito afetado, não sei muito bem como aconteceu, mas fiquei triste, não me sinto nada bem”, disse Soner Ertek, o jogador que lesionou Falcao naquela noite de janeiro. O Mundial de que se falava era o de 2014, que viria a ser disputado no Brasil. Falcao estava a fazer uma boa época e já levava 19 golos (contando com o desse jogo). Estando em boas condições físicas, a sua chamada à seleção estaria garantida. Mas Falcao não recuperou, e falhou mesmo esse Mundial.
Chegou à Europa pela porta do FC Porto. Esteve duas épocas — e dois jogos da terceira — ao serviço dos dragões. Fez 87 jogos e marcou 72 golos. Foi vendido ao Atlético de Madrid por 40 milhões de euros em 2011. Esteve dois anos em Espanha e seguiu para o Mónaco. A primeira época foi aquela onde contraiu a lesão que o afastou do Mundial. Na segunda foi emprestado ao Manchester United. Resultado? 29 jogos e quatro golos. No ano seguinte continuou em Inglaterra, mas mudou-se para Londres para representar o Chelsea. Mais uma vez, parecia que a chama do golo se tinha apagado: 12 jogos e um golo.
Os empréstimos não resultavam e Falcao regressou ao principado. Na época 2016/2017, ajudou o Mónaco comandado por Leonardo Jardim a quebrar a hegemonia do PSG e a ganhar o campeonato 17 anos depois. Nesse ano, fez 43 jogos em todas as competições e marcou 30 golos. Este ano o Mónaco não conseguiu defender o título francês mas Falcao esteve novamente em bom plano: 36 jogos e 24 golos.
A chamada à seleção chegou com naturalidade. Ídolo no seu país, é ele que usa a braçadeira de capitão. Este domingo marcou o segundo golo da Colômbia na vitória sobre a Polónia (0-3), que ainda deixa a seleção sul-americana com boas possibilidades de apuramento. Foi o 30.º golo ao serviço da seleção mas, para Falcao, é muito mais que isso. Este é o seu primeiro Mundial, e a estreia a marcar aconteceu num jogo decisivo. Finalmente, Falcao!