Os profissionais dos hospitais que estejam a fazer 40 horas de trabalho semanais depois do início do mês terão de receber horas extraordinárias, disse esta terça-feira o ministro da Saúde, lembrando que as unidades são obrigadas a cumprir a lei.

Questionado pelos jornalistas sobre casos de enfermeiros, técnicos e assistentes ainda a cumprir 40 horas de trabalho semanais, Adalberto Campos Fernandes avisou que os hospitais têm de cumprir a lei e que as horas feitas a mais terão de ser pagas como trabalho suplementar. O ministro falava aos jornalistas, à margem de uma conferência em Lisboa, sobre a passagem, a partir de 1 de julho, do horário de trabalho de enfermeiros, técnicos e assistentes para 35 horas semanais.

Enfermeiros, assistentes e técnicos de saúde iniciaram uma greve às horas extraordinárias no mesmo dia em que regressaram às 35 horas de trabalho. Os sindicatos exigem o cumprimento do acordo coletivo de trabalho, que refere que os enfermeiros têm direito a um horário normal de 35 horas, podendo ser alargado, de forma opcional, com aumento de salário. As estruturas sindicais que aderiram à greve consideram que, devido à redução do horário, não há enfermeiros e técnicos suficientes para assegurar os serviços de saúde nas condições exigidas.

A alteração do horário de trabalho levou o Governo a anunciar a contratação dois mil profissionais de saúde para suprir as necessidades, mas segundo administradores hospitalares, profissionais de saúde e a Ordem dos Médicos, o número fica aquém do necessário e poderá resultar em perturbações nos serviços.

O Tribunal Arbitral decidiu, num acórdão divulgado na sexta-feira, que as intervenções cirúrgicas oncológicas, radioterapia, quimioterapia e todos os cuidados de saúde que o médico classifique como urgentes nas unidades de saúde serão abrangidos pelos serviços mínimos decretados.

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