O governo da região autónoma da Madeira vai processar a TAP por danos na economia regional provocados pelos cancelamentos e atrasos nos voos com origem e destino na Madeira, escreve o jornal Público. Segundo aquele jornal, o presidente do governo regional, Miguel Albuquerque, já contactou um escritório de advogados e já colocou o processo em andamento na quarta-feira.

“Esta manhã já pusemos o processo em andamento, e vamos avançar judicialmente contra a TAP, reclamando uma indemnização pelos elevados prejuízos à economia madeirense”, disse Miguel Albuquerque ao Público. Para o líder do governo regional, “é uma vergonha a forma como a TAP tem tratado os madeirenses e prejudicado a nossa economia nos últimos meses”. Segundo as contas de Albuquerque, já foram cancelados mais de 70 voos com origem ou destino na Madeira, afetando cerca de 10 mil passageiros.

O presidente do governo regional argumenta que, para a TAP, é mais barato cancelar voos para a Madeira do que para outros destinos europeus e considera que a companhia aérea nacional “insiste em sabotar a economia regional” — sobretudo “numa altura em que a Madeira é eleita pelo quinto ano consecutivo como Melhor Destino Insular Europeu”.

Os cancelamentos, que levam os turistas a passar dias de férias em aeroportos e a perder ligações, pesam na hora de escolher o destino de férias. E a TAP, com as “tarifas pornográficas” que pratica para a Madeira face às “muito baratas para outros destinos concorrentes”, acaba por “promover a concorrência”, acusa Albuquerque.

Miguel Albuquerque diz ainda que o governo regional já alertou o Governo, mas tanto o primeiro-ministro como o ministro das Infraestruturas “preferem assobiar para o lado”.

“É preciso dizê-lo de uma forma muito clara: a forma como Estado português, que é sócio maioritário da TAP, se tem comportado, demonstra que não tem a mínima preocupação nem com a Madeira, nem com os madeirenses”, afirma. “A TAP está com rédea livre, e a administração acha que pode fazer o que quiser”, acrescentou.

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