Ao mesmo tempo que cresce o número de passageiros e movimentos no aeroporto de Lisboa — um universo que duplicou em dez anos e que, em 2017, foi de 18% — aumenta também o volume de queixas. Só no ano passado, de acordo com os dados da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), citados pelo jornal Público, as reclamações de passageiros sobre o funcionamento do aeroporto Humberto Delgado chegaram a 611, o que representa uma subida de 14% face ao ano anterior.
A situação está a deixar a ANA, empresa que gere a infraestrutura aeroportuária, sob forte pressão, com as reclamações a incidirem sobretudo nas condições de check-in — um problema que já se fazia sentir no ano passado, com o volume de queixas a agravar-se em 43%, de acordo com os mesmos dados.
Sem obras de ampliação ou reforço dos serviços de atendimento e processamento de voos e passageiros, o aeroporto da capital enfrenta assim um duro teste perante a perspetiva de aumento do número de movimentos naquele espaço.
O aeroporto Humberto Delgado já é a terceira entidade ligada ao transporte aéreo que soma mais queixas, depois da TAP (que lidera o ranking com 4104 reclamações só no segundo semestre do ano passado, o que representa uma subida de 70%) e da SATA Açores. A terceira posição, de acordo com os mesmos dados da entidade reguladora, passou a ser ocupada pelo aeroporto de Lisboa no segundo semestre de 2016, em substituição da Ryanair.
Também no Porto o universo de queixas dos passageiros tem vindo a subir: cresceu 46% em 2017, para 290 reclamações), mas é Lisboa, pela sua importância, que concentra a maioria das reclamações (53% do total de 1146 queixas sobre infra-estruturas registadas pela ANAC).