A petrolífera estatal brasileira Petrobras registou um lucro de 10 mil milhões de reais (2,3 mil milhões de euros) no segundo trimestre do ano, resultado superior em 316% ao obtido entre abril e junho de 2017, informou esta sexta-feira a empresa. Segundo a empresa, o lucro foi impulsionado pelo aumento da cotação do barril do petróleo no mercado mundial, que acarretou maiores margens nas exportações e amelhorias na venda de derivados no Brasil.
Na apresentação das contas relativas ao segundo trimestre do ano, a petrolífera frisou ainda o impacto positivo da redução das despesas com juros, devido a um decréscimo do seu endividamento, e o corte de despesas gerais e administrativas como outros dos contributos para os bons resultados neste período.
Nos seis primeiros meses de 2018, o lucro da Petrobras atingiu 17 mil milhões de reais (3,9 mil milhões de euros), o que representa o melhor resultado obtido pela empresa para o período desde 2011. O lucro registado entre janeiro e junho é superior em 257% verificado no mesmo período do ano anterior, quando foi de 4,7 mil milhões de reais (cerca de mil milhões de euros), segundo o balanço da empresa.
“Este resultado foi possível devido às maiores margens de exportação de óleo, principalmente por conta do aumento do Brent [barril de petróleo], e à venda de derivados no Brasil, que mais que compensaram a queda no volume de vendas de derivados (principalmente gasolina e nafta) e na exportação de petróleo”, explica a Petrobras.
O Ebitda (sigla em inglês para determinar o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado cresceu 57% no segundo trimestre, atingindo 30 mil milhões de reais (6,9 mil milhões de euros) face aos 19 mil milhões de reais (4,3 mil milhões de euros) obtidos entre maio e junho do ano passado.
A produção total de petróleo e gás natural da Petrobras no primeiro semestre do ano atingiu 2.669 mil barris de óleo equivalente por dia (boed), o que representa uma queda de 4% face ao primeiro semestre de 2017. Segundo a Petrobras, a queda foi provocada pela venda de ativos nos campos de Lapa e Roncador.
Já a produção de derivados do petróleo caiu 3% no primeiro semestre, enquanto a venda no mercado brasileiro recuou 6%, “devido à redução nas vendas de nafta para a Braskem e à perda de participação do mercado da gasolina para o etanol”, disse a empresa estatal brasileira.
Entre janeiro e junho de 2018, o endividamento bruto em reais da Petrobras recuou 2%, principalmente na sequência da amortização de dívidas. Assim, o endividamento líquido da empresa no primeiro semestre do ano somou 284 mil milhões de reais (65,4 mil milhões de euros).