Rafael Barbosa está de férias na Croácia. Já passou por Dubrovnik, por Split e agora está na ilha de Hvar, juntamente com mais dois amigos. Tudo estava a correr bem em terras croatas até à tarde desta quarta-feira, quando o grupo — dois adeptos do Futebol Clube do Porto e um outro jovem — foi agredido por “5/6 portugueses”.
Foi junto à praia, enquanto caminhavam em direção a um supermercado, que um grupo se aproximou dos jovens e começou a falar português com eles. “Começaram por dizer coisas tranquilas, a perguntar o que estávamos a fazer por ali, cumprimentaram-nos, e eu até pensei que eles me conheciam”, conta Rafael ao Observador. Quando estenderam a mão para cumprimentar um dos amigos do jovem, “um deles, do nada, deu-lhe um soco”, explicou, acrescentando que o grupo começou a bater violentamente nos três rapazes.
“O meu pensamento inicial foi que nos queriam assaltar, porque eles não disseram nada, apenas começaram a bater, ainda por cima no rapaz que tinha a mochila com as coisas todas”, explicou Rafael. Só depois de ouvir o que um dos agressores começou a dizer é que o jovem percebeu o que se passava. “Começou a puxar a minha camisola e à medida que fazia isto dizia ‘Tripeiros de merda, filhos da p***, vão levar na boca’. Foi aí que eu percebi que isto era sobre futebol”, explicou. Mais tarde, uma das gerentes do hostel conseguiu arranjar o vídeo do momento da agressão, captado pelas câmaras de vigilância do local.
Depois de conseguirem fugir dos agressores, foi preciso procurar ajuda, face à constante perseguição: “Começamos a correr e eles vieram através de nós e chegamos a uma zona que tinha alguns bares. Entramos logo num deles e um dos funcionários que estava à porta percebeu o que se passava e meteu-se à frente deles”, relatou, acrescentando que o grupo esteve no bar durante cerca de uma hora. Os três jovens já apresentaram queixa na polícia e entregaram também relatórios do hospital onde foram assistidos e as imagens captadas.
Rafael publicou nas redes sociais uma mensagem a denunciar a situação, juntamente com uma fotografia sua, onde se vê a camisola rasgada e alguns ferimentos na cara. “Acabamos de ser agredidos por um grupo de 5/6 portugueses, que nos chamaram tripeiros de merda e rasgaram as camisolas. Não fosse a intervenção de empregados de um bar aqui perto, o desfecho podia ter sido pior”, disse na publicação. E acrescentou: “Se isto é o desportivismo, não sei o que será a falta dele”.
Ao Observador, o jovem afirmou que “estas situações são ridículas e condenáveis” e referiu que poderiam “acontecer tanto com pessoas do Porto, como do Benfica ou do Sporting ou de qualquer outro clube”, acrescentando que não houve qualquer provocação por parte do grupo e que o jovem que estava descaracterizado era do Sporting.
FC Porto já reagiu e considerou a situação “lamentável”
Depois de ter conhecimento da situação, o FC Porto entrou em contacto com Rafael e o restante grupo através de um email. “O FC Porto considera que é absolutamente lamentável que adeptos de qualquer clube sejam agredidos por exibirem símbolos das equipas que apoiam”, lê-se na mensagem enviada pelos dragões e que Rafael partilhou com o Observador.
O clube disse estar “solidário” e feliz pelo facto de os jovens não “abdicarem, mesmo após o ataque a que foram sujeitos, de demonstrar o amor pelo FC Porto”. E garantiu: “Teremos todo o gosto, por isso, em oferecer-vos novas camisolas para substituírem as que foram vandalizadas”.