Mais do que promover o regresso de campeonatos como o de Inglaterra ou e de França, este fim de semana tinha também uma outra particularidade que mostra bem que a influência de Portugal lá fora não se resume apenas ao melhor jogador do mundo (Cristiano Ronaldo) e ao melhor agente do mundo (Jorge Mendes). Também José Mourinho já ganhou a distinção de melhor treinador do mundo, mas teve sobretudo o condão de ser um símbolo ou o expoente máximo de toda uma classe capaz de dar cartas na Europa. Exemplos não faltam e este sábado alguns até se cruzavam logo na primeira jornada: o Wolverhampton de Nuno Espírito Santo recebe o Everton de Marco Silva, enquanto o Nantes de Miguel Cardoso defrontava o Mónaco de Leonardo Jardim. E o duelo nacional em França começou a ser resolvido… por um português.

Na antecâmara do encontro, Cardoso, que deu o salto depois de um ano como principal técnico do Rio Ave (antes tivera apenas uma experiência como número 1, nos Sub-21 do Shakhtar, somando passagens por Belenenses, Académica, Sp. Braga, Sporting ou Deportivo), mostrara vontade de arrancar com a Ligue 1 (“é um privilégio poder trabalhar neste Campeonato”, disse) e pedia uma equipa “competitiva, corajosa, a assumir a bola e a ter construção”. No fundo, o ADN que fez do conjunto de Vila do Conde uma das principais revelações da última temporada. Já Jardim, visto em França como uma espécie de Midas que transforma bons talentos em grandes jogadores – que saem a preços ainda maiores –, alertava para os perigos que a equipa poderia passar nesta ronda inaugural, mas mostrava confiança no triunfo. E acabou mesmo por ganhar.

Miguel Cardoso e Leonardo Jardim, que se conhecem desde os tempos em que o primeiro trabalhou na equipa técnica de Domingos Paciência em Braga, trocaram elogios, desejaram o melhor menos nos encontros em que se defrontavam e fizeram-se ao jogo. Que chegou empatado a zero ao intervalo. Que estava sem golos a quase 20 minutos do final.

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Foi nesse momento que Rony Lopes, o português que se destaca cada vez mais nos monegascos depois de uma temporada onde fez 17 golos e oito assistências em 50 partidas oficiais realizadas, inaugurou o marcador: cruzamento de Jovetic da direita, corte incompleto da defesa do Nantes e cabeceamento ao segundo poste do jovem internacional português para o 1-0. Um golo que acabaria por servir de “desbloqueador” para a equipa de Leonardo Jardim – Jovetic, num contra-ataque onde surgiu isolado após passe nas costas de Falcao (80′) e o mesmo Falcao (que começou o encontro no banco, entrando no decorrer do segundo tempo para o lugar de Sofiane Diop), a culminar na área uma transição rápida antes do passe letal de Grandsir (83′), aumentaram a vantagem do Mónaco e fixaram o 3-0 no duelo entre técnicos portugueses, que teve ainda mais um golo em período de compensação quando Sala reduziu para os visitados (90+2′).

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