O presidente da Assembleia da Córsega, o independentista Jean-Guy Talamoni, disse esta terça-feira que a ilha se oferece mais uma vez para acolher o navio Aquarius, com 141 pessoas resgatadas sexta-feira no Mediterrâneo central.

Desde a semana passada que o navio Aquarius aguarda um porto seguro para desembarcar os 141 migrantes que recolheu. As autoridades locais da Córsega, território francês, já tinham proposto no passado dia 12 de junho um dos portos da ilha ao mesmo navio que na altura transportava 630 pessoas e que acabou por atracar no porto espanhol de Valência.

A decisão de Talamoni depende das autoridades francesas que, na segunda-feira afirmaram que o navio deve dirigir-se para o porto mais próximo da zona onde se encontra o que de forma implícita descarta o desembarque em França, porque os pontos mais próximos são Itália e Malta.

Roma e La Valletta já recusaram o apoio e o governo de Madrid considerou que Espanha “não é o porto mais seguro” porque, “tal como estabelece o direito marítimo, internacional não é o ponto mais próximo” do local onde se encontram os náufragos resgatados pelo Aquarius.

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“A Europa falhou em relação a este assunto. É a hora de ‘despertar’ e que cada um assuma a sua parte da responsabilidade. Entretanto, há situações de urgência e é preciso uma solução”, disse Talamoni ao canal BFM TV.

A oferta da Córsega é coincidente com a posição do responsável pelo porto francês de Sète, Jean-Claude Gayssot, que disse que a “única condição” é a autorização das autoridades francesas.

“Na situação atual é bom sentir-se apoiado. Esperemos que a França aceda ao pedido”, disse à BFM TV o diretor adjunto de operações da organização Médicos Sem Fronteiras que conjuntamente com o grupo SOS Méditerranée se encontram a bordo do Aquarius.