O ex-diretor da campanha de Donald Trump, Paul Manafort, foi considerado culpado por um tribunal federal de oito crimes de fraude fiscal e fraude bancária. O júri, que levou vários dias a deliberar, não conseguiu chegar a um consenso em relação às restantes dez acusações, sendo anulado o julgamento destas. Caso os procuradores assim o entendam, podem voltar a apresentar o caso relativo a estes acusações em tribunal.

A decisão do juri declarou Paul Manafort culpado de cinco crimes relativos à declarações de impostos falsas, um de não ter entregue uma declaração de IRS a que era obrigado e dois crimes de fraude bancária.

Paul Manafort foi um dos primeiros acusados no âmbito da investigação do procurador especial Robert Mueller à tentativa da Rússia de influenciar as eleições norte-americanas e ao alegado envolvimento da campanha de Donald Trump neste esforço. O seu julgamento foi o primeiro que resultou desta investigação.

Como o júri não chegou a acordo sobre 10 das 18 acusações que Paul Manafort enfrentava, o juiz anulou-as, permitindo assim aos procuradores federais voltarem a apresentar o caso em Tribunal.

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As acusações centravam-se nas finanças pessoais de Paul Manafort. Durante duas semanas, o tribunal ouviu vários antigos colaboradores de Paul Manafort testemunharem sobre como o ex-diretor da campanha de Trump escondeu milhões de dólares em contas bancárias no estrangeiro e não as declarou ao fisco norte-americano, mentindo mais tarde aos bancos para conseguir empréstimos de milhões de dólares.

Segundo os procuradores, Paul Manafort escondeu mais de 15 milhões de dólares do fisco, dinheiro esse que terá conseguido enquanto consultor político do governo ucraniano, e quando esse dinheiro foi gasto, Manafort terá recorrido a milhões de dólares que conseguiu em empréstimos bancários para financiar o seu estilo de vida extravagante, que incluía não só peças de roupa únicas que custavam dezenas de milhares de dólares, mas também a vida luxuosa de uma amante.

Uma das testemunhas foi Rick Gates, um dos seus colaboradores mais próximos, que se declarou culpado de mentir ao FBI e de conspirar contra os Estados Unidos ainda em fevereiro, na esperança de conseguir uma sentença mais leve.

Paul Manafort será novamente julgado em Setembro, agora em Washington. Neste julgamento, o advogado enfrenta acusações de não se ter registado como lobista estrangeiro pelo governo da Ucrânia e de conspiração para condicionar testemunhas neste caso, o que o levou à prisão efetiva.

O lobista trabalhou em campanhas presidencias desde o tempo de Gerald Ford e trabalhou para governos e entidades estrangeiras, como a UNITA de Jonas Savimbi, como lobista e consultor de imagem.

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