Na Taça das Nações Africanas de 2000, entrou na história do futebol ao tornar-se no futebolista mais novo de sempre a marcar um golo naquele torneio, com 16 anos. Hoje, 2018, Shiva N’Zigou admitiu que mentiu na idade, tendo realmente mais cinco do que afirmava. Mas essa foi a menor das confissões do ex-internacional gabonês: viu a mãe ser sacrificada pelo pai em prol do seu futuro no futebol, manteve relações homossexuais e envolveu-se com a tia e a irmã.

N’Zigou participou na CAN 2000 com a camisola do Gabão e tornou-se no mais jovem jogador a marcar um golo no torneio (Getty Images)

A história foi confessada pelo próprio na Igreja Evangélica no seu país de origem e está a deixar o mundo do desporto em choque. Depois de abandonar o futebol, em 2015, N’Zigou tornou-se cristão, voltou ao Gabão e mudou o nome para Isaías, devido à religião. E foi numa reunião da Igreja que o antigo avançado do Nantes (1999-2005) e Stade de Reims (2006-2010), visivelmente nervoso com o momento, largou a revelação como uma bomba.

“A minha mãe faleceu, mas eu tenho de revelar que ela foi sacrificada. Assinei muitos contratos, trouxe muito dinheiro para casa mas o meu pai queria ficar com tudo e isso também foi fonte de discórdia” começou por dizer o gabonês, continuando: “Para ficar com o dinheiro todo, o meu pai sacrificou a minha mãe e manteve o espírito para eu ter sucesso no futebol.”

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Ao serviço do Nantes, N’Zigou apontou três golos; com a camisola do Stade de Reims, marcou um golo em cinco temporadas (Getty Images)

O jogador que afinal tinha 21 anos e não 16 quando marcou frente à África do Sul na CAN de 2000 revelou ainda que, para o pai, “o sacrifício foi-lhe pedido durante os sonhos” pelo próprio N’Zigou, que garante ter “recusado o sacrifício”, mas que, “infelizmente foi feito”.

Num vídeo divulgado pelo cristão gabonês TV2Vie, N’Zigou revelou ainda ter mantido relações sexuais com elementos da sua família, assim como com dois homens. “Quando era mais novo, mantive relações sexuais com a minha tia e com a minha irmã. Também dormi com um amigo meu e mantive um relacionamento de longo prazo com outro homem”, confessou.

O jogador que, em 2005, esteve na órbita do V. Setúbal para reforçar o plantel sadino acabou por se manter em França e rumar ao Stade de Reims, onde ficou até 2010, antes de rumar ao Excelsior, da Bélgica, jogar no Gabão e voltar ao país gaulês, onde terminou a carreira em 2015, no Saint-Nazaire. Chegou a França em 1999, para representar o Nantes nos escalões de formação e, segundo o próprio, terá sido aí que mentiu e falsificou os documentos de identidade.